quarta-feira, 28 de julho de 2010

Candango

Vivia na terra e buscava o mar;
Chegaram em casa, bateram à porta,
Convidaram a migrar para uma nova terra,
Construir uma cidade nova, diferente, única,
Moderna.
Migrei.
Levei família e o pouco que tinha,
Deixei a terra, o lar e o pouco que tinha.
Ao chegar, tinha vasto campo,
Um planalto bem no centro
Do país do futuro, em construção.
Tinha plano, tinha terra,
Não tinha mar, não tinha nada.
Fizemos prédios, fizemos igreja,
Fizemos lago, fizemos casas,
Fizemos tudo, não tivemos nada.
De tudo que construí nada era meu;
No plano bonito e perfeito da cidade do futuro
Não cabia gente pobre, gente humilde.
O homem desfilava de carro novo
Pelas ruas que eu asfaltei e eu
Não posso usar o hospital
Que eu mesmo pintei.
Expulso eu fui do lugar que montei.
Hoje eu moro abandonado, esquecido,
Ao redor da cidade do futuro.
Olho de longe, sou mal quisto.
Ao lado dos corpos que não resistiram
Sucumbem os que sobrevivem
À Margem da imagem futurista
Da cidade do futuro.
E paradoxal!


Mariana Rosell

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Girassol da janela

E quando a saudade aperta,
É o amor que se manifesta.
Reflexo claro e óbvio
Do que bate dentro do peito
É a lágrima que escorre,
Docemente,
Pela face que mais uma vez sorri.
Pois vem de novo uma luz,
Amarela,
É o girassol da janela,
De amor e
De carinho;
Presença constante
No meu dia-a-dia.

Mariana Rosell

terça-feira, 13 de julho de 2010

C'est l'amour

C'est l'amour qui sourire
Les nuages s'écartent
Le soleil brille comme fleur
La vie revient

Une mer inonde mon âme
Les lumière allumer ma douleur
Tout disparaît
Il ne reste que le sourire

La joie de vivre
A chaque instant intensément
Complet, entier
Pour l’amour pleinement


Mariana Rosell