quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Peixes

Qual rio com poucos peixes,
Sou eu com os meus caros.
São poucos por questão
De adaptação, combinação.

Nem todo peixe vive no rio,
Nem todo peixe vive no mar.
Nem todo peixe consegue sobreviver
Aos alagamentos ou às secas;
Nem todo peixe ama tanto sua morada
A ponto de preferir resistir nela
A abandoná-la pelo oceano.

Uns se foram, outros, talvez,
Ainda virão.
E o vai-e-vem pode ser eterno.
O rio só deve se preocupar
Com os peixes que escolheram
Suas águas para nadar.

Preencho uma mão com
Os peixes que me são fieis,
E banhá-los é minha única preocupação.
Pois esses são os essenciais.

Não me importo se são poucos.
Pois de nada adianta
Rio farto de peixe
Se à primeira estiagem
Eles fogem para o mar.


Mariana Rosell

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A alma e a dança

É a minha alma que está ali, no palco a dançar, expressando-se por meio do meu instrumento carnal. Ela, que se manifesta por mim, salta e valsa sob a luz dos holofotes, sob os olhos atentos da plateia, sujeita a todo tipo de crítica: elogio ou maldizer.
Exposta em seu íntimo, faz de si o melhor para agradar ao espectador. Talvez nem saiba que mais bem faz a mim, que me curo de qualquer dor sempre que me empresto ao seu ofício.
A música me penetra, movimentando inconscientemente tudo o que me compõe, encantando cada olhar apreciador, suavizando cada ouvido interessado. Sonorizada pelo tom mais doce, que é todo tom, a minha alma dedica-se sempre mais ao movimento, realizando cada simples piscar de olhos com a mais pura dedicação.
Entrega-se inteira, me preenche por completo e expõe todo o sentimento, sem ter consciência da energia floreada, tudo o que me faz ser quem sou: minha dança à flor da pele.


Mariana Rosell

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Das flores e do povo

Brotam novas a cada dia,
Ao amanhecer se entregam
Ao mundo, as flores de toda
A vida.

Desperta cansado todo dia
O povo humilde que se entrega
Ao poder de todos os senhores,
Os mandantes.

E elas crescem e desenvolvem
As cores; e as flores
Fazem da cidade algo
Um pouco mais colorido.

E ele vai comprimido
Pelos seus pares, pelos trilhos
E trajetórias semelhantes,
Massacrantes.

Perfumam, embelezam, sorriem,
Fazem sorrir, cheirar e amar.
À noite repousam sua beleza
Para no dia seguinte brotar.

Caminha, corre, sorri;
É feito cochilar pelo desgaste.
À noite repousa seu corpo cansado
Para no dia seguinte despertar.

E assim se dá a rotina
Semelhante ou dispare,
Porque das flores e do povo
Só difere o teu olhar.


Mariana Rosell

sábado, 28 de novembro de 2009

“Se é amor, que seja verdadeiro.”

Não entendo a redundância.
Por acaso existe amor que não seja verdadeiro?
Para mim, não faz sentido.
Quando se ama, só pode ser com verdade.
Sem verdade não há amor, não há entrega, não há cumplicidade.
O amor é verdade, e esta lhe é intrínseca!


Mariana Rosell

domingo, 15 de novembro de 2009

Complexo

Agora só me resta escrever
As lágrimas rolam novamente
E os olhos fazem transparecer
A dor que a gente finge que não sente

Não adianta olhar pra trás
Meu tempo passou e eu não vi
Ainda não entendo, mas
Eu vou sorrir para fingir

Não será completo fingimento
Não é sempre que é dor
É um complexo sentimento
Algum tipo de amor

Talvez seja arrependimento
E é isso que parece
Mas já não é meu o momento
Não sou eu quem acontece

Só me resta olhar pra frente
Ou olhar ao meu redor
Tanta gente diz que sente
E eu sei que não sou só

Vou tentar não mais chorar
Descansar no anoitecer
Minha vida vou levar
Esperando por você


Mariana Rosell

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Soneto da espera II

Estou disposta a esperar
Todo o tempo necessário
Para que você possa me dar
Uma dose de amor diário

Ponho-me sempre a olhar
As recordações postas no armário
Algumas vezes me fazem chorar,
E não é extraordinário

Sou toda disposição
Para esperar você
Sei que não será em vão

Estou aqui para você
Está aberto meu coração
Para novo amor viver


Mariana Rosell

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Quem saberá

Quem saberá dizer
Qual a luz do sol
A cor de céu
O som do mar

Quem saberá explicar
A dor de amar
O sabor do cajá
A flor a brotar

Quem saberá entender
O filho que nasce
A noite que cresce
A luz que aparece

Quem saberá definir
O que nos faz sentir
O que nos faz sorrir
O que faz alguém mentir

Quem saberá amar
Quem saberá contar
Quem saberá julgar
Quem saberá falar


Mariana Rosell

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Pelo vidro da janela

Chove muito na cidade. São as lágrimas do céu que se multiplicam, revigoram, intensificam, mas não cessam de maneira nenhuma. Pelo vidro da janela a cidade acinzentou e tudo agora é escuro.
As crianças correram pro coberto, saíram fugidas da piscina, do parquinho e da quadra. A grama parece satisfeita, quase vejo um sorriso no verde que existiu na paisagem. Pelo vidro da janela só se ouve a sonora queda da água no solo petrificado.
O sol também fugiu e deixou em seu lugar as nuvens cinza-claro que se iluminam de tempo em tempo com os raios do trovão. A chuva agora virou tempestade. Pelo vidro da janela não se pode ver mais nada.
Seguiam-se raios e barulhentos trovões que agora abafavam a queda das águas. E de repente o cinza coloriu. Não se pode identificar a cor, mas era bonita e destacou de toda a monocromia. Pelo vidro da janela uma rosa nasceu.
A rosa não trouxe só a cor, aos poucos tudo clareou, a chuva cessou e permitiu que se observasse a maior beleza de todas as coisas de fora. E de dentro também. Tudo ficou bonito, iluminado, claro. Pelo vidro da janela uma rosa nasceu.


Mariana Rosell

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Fim ao fim

É triste reconhecer
Mas é a mais pura verdade
Não há como esconder
Já não há mais amizade

Ninguém se gosta mais
Acabou-se o respeito
Desde os nossos ancestrais
Isso grita lá no peito

Talvez não tenha mais solução
Mas ainda guardo a esperança
Que habita o coração
Da mais inocente criança

Esse mundo inseguro
Cheio de dúvida
Que não sabe o que é puro
Desde antes das Guerras Púnicas

Será que tem mesmo
Que ser assim
Eu posso fazer diferente
Basta começar por mim

Cada um fazendo sua parte
Talvez ainda haja um jeito
Transforme a vida numa arte
Acabando com o preconceito

Vamos então resolver
Façamos então assim
Você começa por você
E eu começo por mim

Talvez assim
Possamos por fim
Ao que quer dar fim


Mariana Rosell

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Crise

Hoje é um daqueles dias em que uma gota d’água se transforma em tempestade e um mar de lágrimas escorre pela face. É uma crise que vai passar; mas por enquanto está aqui.
Uma crise de desilusão!
Sim, há poucos dias me desiludi com o mundo, com a vida, com o Homem. Percebi que nada de realmente valioso tem mais valor.Percebi que tudo está invertido, que a vida não vale mais nada e que uma pessoa não passa de um grão de areia e que tanto faz se ele será pisado, levado pelo vento ou banhado pela água do mar.
Afinal, o que eu estou fazendo aqui?O que eu posso fazer de melhor?
Ás vezes tenho vontade de gritar; nem que seja para ninguém ouvir, mas para eu poder me sentir viva e ter certeza de que ainda tenho voz, que ainda posso falar, mesmo que seja para muros surdos.
Estou tomada por uma sensação de impotência muito grande. Não há regras ou valores. No jogo desse mundo (imundo!) a única coisa que importa é se dar bem, não importa sobre quem.
Quando optei por minha futura profissão, o fiz pensando que seria uma forma de mudar.Ingenuamente, cheguei a pensar que poderia mudar o mundo.Hoje sei que não posso.Li que pela educação nada se muda e então passei a refletir constantemente sobre como, pelo menos, tentar melhorar através do ensino.
Depois, eu constatei que a grande maioria das pessoas estuda com um único objetivo: o mercado de trabalho. O bom ingresso nele é a única preocupação e influi, inclusive, na escolha que, para mim, só caberia ao coração.
Essa constatação, unida a alguns fatos que não cabe desenvolver, me levou a essa crise. Uma crise de existência, uma crise de consciência. Uma crise que vai passar, embora a causa dela talvez nunca passe.
Talvez, ao ler o título do texto, você possa ter pensado que se tratasse da última crise econômica... Mas que engano! Acho que não desperdiçaria minhas palavras com o dinheiro. Tenho muito mais com o que me preocupar. Tenho esperanças a cultivar. Tenho um mundo a melhorar. Tenho uma vida para amar.


Mariana Rosell

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O vento

Vento, brisa, ventania
Leve vento no horizonte
Forte brisa no meu rosto
Ventania sobre o monte

Uma brisa de saudade
Traz a mim o doce beijo
Sentimento que me invade
Aumentando meu desejo

Vento leva minha dor
Brisa traz o meu amor
Ventania, desamor

Mas o que a brisa traz
Ventania leva embora
E o vento...Revigora


Mariana Rosell

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A felicidade de estar com você

A felicidade de estar com você
Que de tanto não caber
Faz-se transbordar
Pelos meus poros e olhos

A felicidade de estar com você
Que fecha minha glote
Alimentando o meu ser
De vida e de amor

A felicidade de estar com você
Que modifica minha rotina
E me faz suportar
Esse mundo irracional

A felicidade de estar com você
Que me faz alguém melhor
Iluminando minha vida
Com a luz de uma alegria

A felicidade de estar com você
Que basta para mim
É suficiente e concreta
Conduz-me e me liberta

A felicidade de estar com você
Que me completa a cada dia
Torna tudo mais bonito
Inunda-me sempre de amor

Mariana Rosell

domingo, 13 de setembro de 2009

Sabe aquelas pessoas...

Sabe aquelas pessoa com as quais você cruza todo dia?Não, não são essas que você vê correndo pra lá e pra cá. Nem as que convivem com você no trabalho, na escola e etc. Também não me refiro ao cobrador de ônibus, nem ao motorista do táxi, nem ao segurança do metrô.
Eu falo daquelas que você finge não existir. Passa por eles, quase tropeça, mas age como se nada estivesse ali. Sabe que eles estão ali e que precisam de ajuda, mas você tenta – e muitas vezes consegue – se convencer de que não é problema seu.
Você passa por eles, olha de canto, finge que não está olhando, luta para logo apagar aquela imagem da vista. Ou então, simplesmente olha com desprezo e vira o rosto.
Por que será que as pessoas acham isso normal?Como alguém pode imaginar que é normal alguém não ter o que comer não poder tomar banho, não ter um teto para cobrir sua cabeça e seu corpo frio durante a noite?
Muito pior do que isso existir é as pessoas conseguirem encarar esse problema como se de fato isso não fosse, e agirem com naturalidade.
Que rumo esse mundo vai tomar?Se as coisas continuarem assim, estaremos caminhando para o fim. Mas você pode mudar, se quisermos, poderemos fazer diferente.
A questão é: você quer?


Mariana Rosell

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

E de repente, um laço

Eu vou brincar de ser artista
Encontrarei todas as pistas
Vou desvendar o tal mistério do amor
E logo depois um belo samba vou compor

Eu vou fingir que sou palhaço
E com você fazer um laço
Vou inventar um novo passo
E aliviar todo o cansaço

E como Chaplin vou usar
Até a dor para alegrar
Feito Carlitos vou agir
Para poder nos divertir

Em cima da minha cama vou dançar balé
Imaginarei as sapatilhas nos meus pés
Eu vou me fazer de bailarina
Eu vou repintar a Capela Sistina

Eu vou sorrir feito criança
Eu vou dançar a nossa dança
O nosso baile vou bailar
E aquele samba vou sambar

Eu vou dizer que sou Romeu
Namorarei a Julieta
Farei o mundo todo seu
Com uma linda pirueta

Desenharei na partitura
Um passarinho escritor
E com alma e ternura
Um passaredo vou propor

Eu vou pensar que sou pintor
E numa tela eu vou por
O que é capaz de encantar
E de repente iluminar

Eu vou rabiscar uma Monalisa
Montarei uma Torre de Pisa
Eu vou na Mangueira tocar tamborim
Ter dois clubes de esquina só pra mim

E envolvida na magia
Eu vou brindar nossa alegria
Fazer um instante da nossa vida
Uma floreira colorida

Mariana Rodrigues Rosell e Pedro Destro Moreira da Silva

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sem palavras

Para explicar o inexplicável,
Para traduzir o intraduzível.
Nem textos, nem palavras.
Muito menos rimas!

Nada é capaz,
Nada é suficiente.

Você me obriga a escrever
O que não sei,
O que não consigo,
O que somente sinto (só consigo sentir).

Não é simples,
Não é complexo.

Não tem nexo
Nem explicação.
Tem sentimento,
Emoção!

É assim que você me faz;
E é assim que eu quero ser!


Mariana Rosell

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Tríade das rosas - III - De tudo e todos (rosas)

De todas as flores, a mais bela
De todas as cores, amarela
De todos os amores, sentinela

De todas as flores, a mais formosa
De todas as cores ,rosa
De todos os amores, orgulhosa

De todas as flores, a que encanta
De todas as cores, branca
De todos os amores, estanca

De todas as flores, a que permeia
De todas as cores, vermelha
De todos os amores, cadeia

De todas as flores é a rosa
A mais bonita e formosa

De todas as cores é vermelha
Muito mais do que centelha

De todos os amores é acabamento
Viva e rosa a todo o momento


Mariana Rosell

domingo, 23 de agosto de 2009

Tríade das rosas - II - As rosas em mim

Eu não consigo explicar
Tal relação com o meu ser
Ninguém consegue entender
E eu mal sei o que falar

As palavras
Faltam quase sempre
Assim que vejo as rosas
Comunico a toda gente

Elas me encantam
Parecem fazer parte de mim
E talvez até façam
Meu coração deve ser assim

Tanto faz como é
Talvez não seja assim
Não consigo expressar
As rosas em mim

Todo mundo me pergunta
É sempre a mesma coisa
Mas não consigo explicar
É muito mais que gostar

É como se estivessem
Realmente em mim
É como se fizessem
Realmente parte de mim

As rosas, as belas rosas
Rosas, amarelas ou vermelhas
Todos podem gostar de rosas
Mas a mim elas permeiam

Mesmo quando estão
Somente em meu pensar
Não conseguem ser em vão
Acho que é coisa de amar

E por mais simples que sejam
Conseguem ser ainda assim
O que todos almejam
As rosas em mim


Mariana Rosell

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Tríade das rosas - I - Eu amo as rosas

Ali no chão
Caída e sem forma
Chama a atenção
Quando quase entorna

As pétalas se perderam
O vento levou embora
Olfatos não mais cheiram
Está completamente frágil agora

Não sei como nem porque
Mas ainda se mantém bela
Parece olhar para você
Talvez fosse amarela

Lindas no espelho
Prefiro as vermelhas
Adoro o vermelho
Prefiro as centelhas

Eu amo as rosas
Sejam como for
Com ou sem cor
Eu amo as rosas


Mariana Rosell

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O que o sábio diz

Um dia alguém disse
Que as coisas só acontecem
Na hora certa.
Muito sábio esse alguém!

Não adianta relutar
Contra o que o sábio diz.
Só quando é a hora certa
É que a gente é feliz!

Com os erros se aprende
A dar valor ao que se tem.
Hoje eu sei amar, valorizar,
Fazer de tudo pra ver bem.

Alguns chamam de carma,
Outros chamam de destino;
Eu, não chamo de nada.
Algumas coisas não precisam ser chamadas!


Mariana Rosell

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ingenuidade

Eu ainda acredito que o mundo pode mudar, que as pessoas podem melhorar. Apesar de tudo, consigo ver a tão falada luz no fim do túnel. Tudo aponta para o caminho oposto, mas a gente pode ser e fazer melhor, a gente pode mudar o mundo.
Hoje crianças caem das janelas e pessoas andam pelas tabelas, mas basta querer. Dizem que o fim está próximo, e pode até ser que esteja, mas ainda que seja o fim, podemos fazê-lo melhor.
Será que só porque vai acabar temos que deixar de lado, fingir que não pode ser diferente?Será que não podemos fazer um fim mais bonito, mais tranqüilo, mais sensível?
Ainda bem que não sabemos quando vamos morrer porque correríamos o risco de deixar de viver antes de a morte chegar. Se bem que às vezes já fazemos isso, então talvez não faça tanta diferença.
Se os ingênuos são aqueles que acreditam num mundo melhor, num ser humano melhor, sou ingênua sim. E quem dera todos o fossem; seria só unir a essa ingenuidade a atitude e o mundo melhoraria. A tristeza se transformaria em saudade e o sonho em realidade.

Mariana Rosell

domingo, 9 de agosto de 2009

Uma nova chance

Uma nova chance eu quero
Para fazer você feliz
E por isso eu espero
Até fechar a cicatriz

Todo dia eu reitero
O que agora sempre quis
É você quem eu quero
Perdoe o que eu fiz

Peço a você uma nova chance
Espero que possa me ofertar
Aguardo um ou mais relances

Quero de novo você amar
E com muitas nuances
Tentar não mais fazer chorar


Mariana Rosell

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Caos

O caos se fez em minha vida
Quando atravessou a avenida
Triste foi ver sua partida

O caos caiu sobre meus braços
Quando ouvi longe seus passos
Triste foi romper os laços

O caos dorme ao meu lado
Quando relembro o passado
Triste partiu sentindo-se enganado

O caos compõe a minha rotina
Quando cai a chuva fina
Triste é não ter mais ser sua menina

O caos toca em meu rádio
Quando você deixou o estádio
Triste foi ver todo o seu ódio

O caos se integra a meus relatos
Quando revejo os retratos
Triste é assumir os fatos

O caos é o meu consolo
Quando te vejo feito um tolo
Triste é não ter você no meu outono

O caos é minha liberdade
Quando deixa a cidade
Triste é não ter sua amizade

O caos se faz na madrugada
Quando me sinto tão gelada
Triste é dormir abandonada

O caos me causa um torpor
Quando aflora aquela dor
Triste é não ter o seu amor

O caos quase me faz feliz
Quando me sinto por um triz
Triste é não ter o tom matiz

O caos é o meu tormento
Quando relembro o tormento
Triste é não ter nosso rebento

O caos é sempre presente
Quando revejo nossa gente
Triste é manter você na mente

O caos um dia vai embora
Quando, eu não sei a hora
Triste é não ser agora


Mariana Rosell

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Amor de cão

Um amor incondicional,
Sem explicação,
Sem exigências
Ou cobranças.

Um amor simples,
Completo
Repleto de carinho
E compreensão.

Um amor natural
No olhar,
No latir,
No pular.

Um amor único,
Ingênuo,
Honesto,
Concreto.

Um amor rotineiro,
Companheiro,
Verdadeiro,
Por inteiro.

Um amor derradeiro,
Sem bens,
Dinheiro
Ou luxo.

Um amor capaz
De sanar,
De apaixonar,
De renovar.

Um amor diário
Que esquenta no frio
E refresca no calor
Com algumas lambidas.

Um amor paciente,
Ímpar,
Consistente
E inteligente.

Um amor sem igual
Do coração.
Eterno
Amor de cão.


Mariana Rosell

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Unidos pela flor

Unidos pela flor
Uma rosa exemplar
Dois ‘cês’ especiais
Fazem meu coração pensar

Unidos pela flor
De esperança ou amor
Vem a rosa
Que brota do chão

Unidos pela flor
Na essência do que nasce
É a rosa, feia flor
Da roseira aprisionada

Unidos pela flor
Vem aquela que
Mesmo sem ser bela
Traz ao lado um amor

Unidos pela flor
Nasce a nossa esperança
Que traz novo esplendor
Nas pétalas desbotadas

Unidos pela flor
Fazem bela a feia flor
Chico e Carlos
Um amor


Mariana Rosell

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sabedoria

A sabedoria de fazer da vida
O melhor que ela pode ser
Não viver de lamentos
E de verdade viver
A cada dia renascer
Se renovar ao amanhecer

A sabedoria de cuidar
Para realmente viver
Não apenas existir
Aproveitar cada momento
Como se fosse o ultimo
Que pudesse presenciar

A sabedoria de reconhecer
Em cada ser alguém maior
Capaz de ser e fazer feliz
Sem medo, ir e vir
Partir e voltar
Sem ter medo de sonhar


Mariana Rosell

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Um mundo igual (o outro sentido da ideia)

Imaginem um mundo
Em que houvesse igualdade
De vida, de oportunidades

Imaginem um mundo
Em que todas as crianças pudessem
Estudar, brincar e não trabalhar

Imaginem um mundo
Em que todas as pessoas tivessem
Comida, casa e emprego

Imaginem um mundo
Em que todas as pessoas tivessem
O mínimo necessário para viver

Imaginem um mundo
Em que todas as pessoas pudessem
Sustentar-se com condições humanas

Imaginem um mundo
Em que não houvesse posições
Todos somos humanos

Imaginem um mundo
Em que as diversidades
Fossem estímulo para conhecimento

Imaginem um mundo
Em que todas as religiões fossem
Conhecidas ou, pelo menos, respeitadas

(ou no qual elas não houvessem)

Imaginem um mundo
Em que todos tivessem as mesmas condições
Nem uns de mais, nem uns de menos


Imaginem um mundo
Em que o poder ficasse em último plano
Sem guerras, violência ou inveja

Imaginem um mundo
Em que houvesse respeito
É, esse seria um mundo ideal


Mariana Rosell

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Um mundo igual

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou altos ou baixos
Não existiria a delicadeza dos baixinhos
Ou a imponência dos altinhos

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou loiros ou morenos ou ruivos
Não existiria o charme dos morenos
Nem o destaque dos loiros
Nem o encanto dos ruivos

Imaginem um mundo
Em que todos fossem da praia ou do campo
Ninguém ouviria o sonoro farfalhar das árvores
Ou a calmaria das ondas do mar

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou nervosos ou calmos
Não haveria a tranqüilidade dos calmos
Ou a potência explosiva dos nervosos

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou tímidos ou atirados
Não haveria a espontaneidade dos atirados
Ou a graça dos tímidos

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou magros ou gordos
Não existiria a fofura dos gordinhos
Ou a elegância dos magrinhos

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou artistas ou platéia
Não haveria ninguém para aplaudir os espetáculos
Ou ninguém para ser aplaudido

Imaginem um mundo
Em que todos gostassem ou de prosa ou de poesia
Não existiria a emoção dos poetas
Ou a desenvoltura dos prosadores

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou de sol ou de chuva
Ninguém gostaria do tranqüilizante barulho da chuva
Ou do calor da luz do sol

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ditos “ normais ”
Não haveria o prazer do diferente
E que mundo sem graça seria

Imaginem um mundo
Em que não houvesse preconceitos
É, esse seria um mundo ideal


Mariana Rosell

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Soneto da espera

Hoje a noite é mais escura
Não tem sereno nem luar
Estou na porta olhando a rua
Esperando você chegar

Que tolice essa paura
Não adianta esperar
Se inicia a amargura
Sei que não vai mais voltar

Mas na porta ainda aguardo
Seu regresso a qualquer hora
Volta logo, vem depressa meu amado

Já li e reli o seu recado
Partiu depressa, sem demora
Abandonou-me desesperado


Mariana Rosell

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Joana foi pra França

Nem mar, nem maré, nem barco
Joana foi de pés descalços
Abandonou o seu mulato
E foi pra França passo a passo

Riu, chorou e mentiu
Gemeu mas não morreu
Com sol e calor consolou
E partiu só, cheia de amor

Joana foi sem nem pensar
Não parou pra pestanejar
Joana foi ao som da dança
Joana foi pra França

Não, ela não é francesa
Mas é nesta que se espelha
Quando em lágrimas goteja
Suas dores sobre a mesa

Vai Joana, vai pra França
Vai sonhar feito criança
Vai com a esperança
Vai Joana, vai pra França

E ela então me diz
Que não vai usar o giz
Vai é balançar os quadris
Para viver o sonho em Paris

Joana foi com elegância
Sem medo e sem temor
Deixou de lado seu pavor
Joana foi viver na França


Mariana Rosell

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Lua Cris

A lua cris
É aquela que sumiu
Nas sombras da escuridão
Das noites em fim

Perdeu o brilho
Não tem mais luz
Muitos a assistem
Mesmo quando não seduz

E se reduz
A mais uma sombra
Na escuridão
Das noites sem fim

De negro se veste
A lua cheia cris
Que se fez como treva
E deixou de existir

Apaga a luz
Parece ruir
Inebria a vista
Nas noites sem fim

Vai e vem a luz cris
No céu escuro
Sob os olhos amantes
Das noites sem fim


Mariana Rosell

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Texto escrito durante uma aula de dança contemporânea

Chega!Sol, passeio, descando.Paz!Alívio, atenção.Bom, mau.Bem, mal.Não sei, ou sei.Sim e não.Vem, vai.E fica.Talvez, certeza.Hipótese, confirmação.Sentido...Não!
Hoje, ontem, amanhã.Sempre, nunca!Forever, never more.Maybe.Paz de novo.Mundo.Mais um pouco de paz.Fim e começo.Meio e pós-meio.Distância x proximidade.Junto, perto mesmo longe.Aqui e lá, lá e aqui.Perto de mim.
Dançando, escrevendo, lendo e falando.Sorrindo, amando, contando e vindo.Na mente e no coração.No céu e no chão.
Amigos, amores, de perto e de longe.De verdade, na ilusão.Para sempre, por um instante, por um tempo ou nunca mais.
Pode ser que sim, pode ser que não.
Que indecisão!Hoje já não sei!
Às vezes é bom, às vezes é ruim.Só sei que é assim.Não sei se é amor, não sei se é ilusão.Talvez seja não, talvez seja sim.Só sei que é assim.
Todos os dias e nunca!


Mariana Rosell

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O seu Chico

Para e sobre Chico Buarque

Com seu canto atrapalhado
E suas palavras amorosas
E seu tom apaixonado
Fez cantar a verde-e-rosa

Fez brotar uma semente
De tanta admiração
No meu filho está presente
Ainda que só no coração

Ainda assim é muito importante
Trovador, político e cronista
Malandro e amante
Em emocionar é especialista

Em me entender
É mais do que capaz
Seja amor pra nunca esquecer
Seja apenas amor fugaz

Seja sempre meu amor
Meu deus musical
Se mantenha trovador
De sorriso angelical

De feição brava imponente
Faz mostrar seu Chico crítico
Faz pensar a minha mente
O seu Chico de político

O seu Chico cronista
Me transformará como puder
Chico é especialista
No meu lado de mulher

No meu lado de mulher
Complicado e muito errante
Canta o seu bem-me-quer
O seu Chico de amante

O seu Chico de malandro
Faz sonhar o meu pensar
Encontro em ti o meu recanto
Para cantar, dançar e amar

Para cantar a esperança
Me cantou desde menina
Me cantou quando criança
Ao cantar a bailarina

Ao cantar o seu malandro
Fez em mim o meu amor
Para sempre Chico eu canto
De você o meu amor


Mariana Rosell

domingo, 14 de junho de 2009

Espero-te no cais

Ainda te espero no cais
Só isso e nada mais
É o que desejo que saibas
Que ainda te aguardo no cais

Não me importa que partiste
Foste embora sem pensar
No que estavas a deixar
Nas cadeiras, para trás

Basta apenas que retornes
Só isso e nada mais
Saibas que estarei aqui
Aguardando-te no cais

Estou disposta a esquecer
As contendas que tivemos
Não peço nada em excesso
Saibas que no cais ainda te espero

Faço minhas tuas palavras
Sei que nada foi em vão
Nosso amor é com as ondas
Que no mar só vêm e vão

Não importa a tua demora
Para mim não é demais
Sei que não perco as horas
Que te espero aqui no cais


Mariana Rosell

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Há aqueles...

Há aqueles que estão longe e, mesmo assim, se fazem presentes e aqueles que estão perto, mas parecem estar a quilômetros de distância.
Há aqueles que me fazem uma imensa falta e aqueles que são dispensáveis; aqueles em que penso todo dia e aqueles dos quais mal me lembro.
Há aqueles que não vejo há muito tempo e aqueles que vejo todo dia; aqueles que não querem me encontrar e aqueles que eu não quero ver nunca mais.
Há aqueles que se preocupam comigo e aqueles que sabem que eu existo e mesmo assim são capazes de me fazer bem, alegrar meu dia.
Há aqueles que vejo apenas em fotos e aqueles que estão somente em meu lembrar; aqueles que sinto vontade de abraçar e aqueles a quem quero consolar.
Há aqueles que eu verei em breve e aqueles que eu talvez nunca mais veja; aqueles que ainda vou conhecer pessoalmente e aqueles que cruzam meu caminho todo dia e eu nem mesmo sei o nome.
Há aqueles que admiro; e desses, há os que me conhecem e os que são exemplos inconscientes de mim.
Há aqueles muito especiais; e desses, há os que me confortam com abraços e os que me consolam com palavras.
Há aqueles que amo; e esses, estejam onde estiver, ajam como agir, saibam ou não de mim; serão sempre para sempre!


Mariana Rosell

sábado, 6 de junho de 2009

Ensaio sobre o corpo com a dança II

A dança experimenta o meu ser, me leva ao extremo dos meus limites e me transporta para um plano incapaz de ser descrito.
O movimento do meu corpo transpõe o que sinto, incorpora o meu eu e constrói a minha dança, que, coreografada ou de improviso, me inspira a cada dia.
Cada passo, cada movimento, cada gesto simples...Tudo me faz notar meu corpo e com ele aprendo a observar todos os meus detalhes...Cada traço peculiar e único, cada traço só meu, cada traço exclusivo e desacompanhado, cada traço que faz do meu corpo especial.
Especial então, é minha dança...O movimento que só eu sei fazer, do meu jeito ninguém consegue repetir...O corpo é só meu, o movimento é só meu, a dança é só minha!


Mariana Rosell

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Chega

Chega
De dizer pra tudo não
De se perder na multidão
De enganar o cidadão
De condenar o pagão
De humilhar o chorão
De burlar o ganha-pão
De promover a enganação
De induzir a escuridão
De pré-julgar o seu irmão
De ajudar na ilusão
De confabular com o ladrão
De se fazer de amigão
De procurar a perfeição
De só usar a negação
De provocar a discussão
De abandonar o outro pelo chão
De caçoar do esquisitão
De negar a miscigenação
De boicotar a solução
De idolatrar o bonitão
De só brincar no São João
De controlar o coração
E de viver a vida em vão
Chega!

Mariana Rosell

sábado, 25 de abril de 2009

Pingo

Pingo de sol
Pingo de ar
Pingo de dó
Pingo de mar

Pinga no céu
Pinga no mar
Pinga no véu
Pinga no lar

Pingo de amor
Pingo de não
Pingo de dor
Pinga no chão

Pingo amarelo
Pingo azul
Pinga no norte
Pinga no sul

Pinga o pingo
Pingo pinga
Chora o choro
Choro chora

Seca o pingo
Pingo seca
Sorri o sorriso
Sorriso de amor


Mariana Rosell

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ensaio sobre o corpo com a dança I

Com meu corpo expresso o sentimento que a alma sente e os olhos negam... O movimento mostra ao mundo meu interior que inteiro ou em pedaços pode estar... A dança traduz o que não consigo dizer... Nem sempre o que digo é expresso, ás vezes está preso... O meu corpo é o instrumento da minha dança que instrui a minha alma a mostrar o que sou... Triste ou alegre, eu danço... É através da dança que desafogo meu coração... Quando danço é que me exponho ao máximo... Aquele que me viu dançar, viu tudo de mim; como sou e como estou... Posso estar no palco sob a luz ou na escuridão do meu quarto... Quando danço estou em paz... Meu espírito transborda pelas minhas extremidades e parece sair de mim... Me sinto leve como uma pluma... Me sinto bem quando uno meu corpo, minha alma, meu espírito e tudo que há em mim no movimento da minha dança!

Mariana Rosell

terça-feira, 21 de abril de 2009

Ouvi uma margarida falar

As flores não costumam falar
Mas podem falar sim
Basta olhar, imaginar
Ou apenas ouvir

Mas um dia desses
Sei lá
Ouvi alguém sussurrar

O que, não sei muito bem
Só sei que eu ouvi
Chamou de ‘meu bem’
E eu até sorri

Você pode não acreditar
Mas eu tenho certeza
Eu estava lá
Ouvi uma margarida falar

Pode ter certeza
E até confirmar
Quando eu estava lá
Ouvi uma margarida falar

Ouvi uma margarida falar

A ouvi cantar
A ouvi sussurrar
A ouvi chorar
Mas a vi sorrir

Mariana Rosell

sábado, 11 de abril de 2009

Luís

Ele faz e acontece
Deixa todas a seus pés
Não sei dizer se é bonito
Mas tem algo que encanta

Não sei se é a boca
Nem se são os olhos
Se é a fala inteligente
Ou a timidez de inocente

No fundo dos olhos
Está a delicadeza
E em tudo que ele faz
Está sua beleza

Das mulheres é o sonho
E dos homens, pesadelo
Quando ele passa
Não se nora mais ninguém

Vem de chapéu
E violão na mão
A atenção é toda sua
E começa a canção

Então ele canta
Conquista e encanta
Vai embora, mas fica
Nos sonhos das moças


Mariana Rosell

domingo, 22 de março de 2009

O menino do pão

João nasceu à beira do ribeirão
Mãe era Alice e Lúcio, irmão
Seu pai não queria não
Mas ainda assim nasceu João

Desde criança era chorão
E gostava pouco de não
Logo que ganhou o chão
Fez do pão seu ganha-pão

Era assim que vivia João
E quando Elisa balançou seu coração
Versos começou a fazer João
Todos escritos em papel de pão

Elisa e João
Namoravam no casarão
Mas o pai dela gostava não
João era só o menino do pão

É, João entregava pão
Antes do sol por seu clarão
Ele já batia no portão
Pra deixar nas casas o pão

Para Elisa não era bom
Vê se pode a menina viver num barracão
Era assim que pensava alemão
Pai de Pedro, que de Elisa era irmão

Elisa ligou não
E casou-se com João
Ele sonhava em ser escrivão
Mas continuava a entregar pão

E por mais que tentasse João
Não gostava dele o tal alemão
Elisa ligava não
E enfeitava o barracão

Um dia conseguiu João
O emprego de escrivão
Mas mesmo assim pro alemão
João era só o menino do pão


Mariana Rosell

sexta-feira, 13 de março de 2009

Diálogo sobre um tal de sgundo sol

Sabe seu Zé, me conta mesmo como é aquela história de dois sóis, ops!Acho que é segundo sol...Antes de você ver alguém te contou?OU você contou antes da moça ver?
Esse tal de segundo sol já chegou?Ele já alinhou aquela coisa, como é que se chama mesmo, acho que é órbita...É, é isso mesmo!Já alinhou a tal da órbita dos planetas?O sol era a moça?Ah ta!Acho que to começando a entender... Por isso a moça morreu, para alinhar os planetas.Foi isso, seu Zé?
Mas não derrubou o cometa, só assombrou toda a gente porque ela foi feito cometa, rápida e rasteira.
O senhor comprou aquela nova casa com trilha, conversão e aquelas coisas lá?Já instalou o telefone?Parece que ele vai tocar mesmo viu, ouvi dizer por aí que tem alguém querendo ligar pro senhor.
É verdade que o senhor viu dois sóis?Eu acho que vi.Tinha um no céu e um no palco.Era a moça que tava lá, cantando eu acho, ou tava tocando, as duas coisas ou encantando?
Sabe seu Zé, eu acho que já vou embora, esse negócio é muito complicado.A única coisa que entendi com certeza, é que não tem explicação.

Mariana Rosell

domingo, 8 de março de 2009

Moldura

Moldura que molda
Ferro que solda
E assim se forma
A tua forma

Moldura da alma
Moldura na palma
Moldura na alma
Moldura que acalma

Moldura de dor
Moldura de amor
Some a dor
Fica o amor

Moldura de prata
Moldura de bronze
Moldura de graça
Emoldura de longe

Moldura no teto
Moldura na mão
Emoldura de perto
Emoldura o coração


Mariana Rosell

sexta-feira, 6 de março de 2009

Quantas pessoas passam?Vêm e vão. No corre-corre da cidade, sobra pouco tempo para ver a vida passar. Vemos todos passar por ela. Mas quantos desse vivem?
Na multidão se perde o ser. Num mundo em que ter é mais importante do que ser, busca-se sempre aquilo que, no fim, não vale nada.
Lucro, dinheiro, o carro da moda, a casa maior, a roupa mais bonita... Tudo isso pra quê?Por quê?Se isso te trouxer felicidade, ela é momentânea, e se sua satisfação pessoa vier com isso, você é vazio e pobre!
De espírito, de amigos, de vida, de você mesmo. Pobre porque toda riqueza passará e você não tem nada do que fica. Não deu valor ao que vale.
Quanto mais o tempo passa, mais os valores se perdem. Cadê o respeito (o primeiro dos valores)?Provavelmente está perdido na multidão que vai, vem, volta, vira, revira e não para pra pensar.
É tanto corre-corre que as palavras estão correndo da mente e do papel... Correram, saíram, fugiram, sumiram!


Mariana Rosell

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Tempestade

Foi bom te ver e saber que a tempestade já passou... Agora ela está em mim. Não posso reclamar, não tenho nenhum direito. Eu tive a minha chance e a desperdicei. Infelizmente não sei se haverá outra, mas se houver, peço que dessa vez seja na hora certa.
É, porque, hoje consigo ver que a pessoa certa veio na hora errada. Uma pena a vida ser assim. Por que não é simples: encontramos logo de primeira, aquele para o qual diremos todas nossas aflições e confissões?A matemática da vida não é assim... Desencontros, despedidas, desvios são comuns... Só espero que um dia a tempestade passe, não importa como for.
Eu sei que agora é preciso enfrentá-la e, talvez, eu mereça passar por isso, porque, ainda que sem intenção, eu fiz sofrer. É isso que me mata!Era tudo que eu não queria. Não entendo mesmo porque tem que ser assim... É triste imaginar o que poderia ter sido, ou não!Não quero mais pensar, vou tentar levar minha vida e eu sei que vou conseguir.
Preciso esquecer os olhares tortos que levei, da dor que causei e da tristeza que passei. Eu vou conseguir!Focar num futuro de História e deixar que o responsável por toda a vida se encarregue de proporcionar o melhor para nós!Você é especial e para sempre será e quero que seja feliz seja como e com quem for.Eu sei que estaremos bem, juntos ou não; ou melhor, com certeza juntos, seja como for!


Mariana Rosell

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Majestosa verde e rosa


Vem pro desfile
Majestosa
Nossa querida
Verde e rosa
Na passarela
Ela desfila
A cor do som
A luz da vida
O samba
No pé da mulata
Vem todo vestido
De prata
Reluz por toda
Sapucaí
A baiana
A passista
E a mirim
Vai impecável
Até o fim
E faz tremer
A arquibancada
Com sua alegre
Entoada
Vai mais uma vez
Minha Mangueira
Ensina o carnaval
Estação Primeira


Mariana Rosell

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O carnaval de Aline

Chegou fevereiro, e com ele a festa, a alegria, a correria, a alegoria. Todos se animam, cantam, dançam, viajam e se alegram. Já é normal a agitação. E para Aline seu momento chegou.
Aline não para de ensaiar, não viaja, mas canta e dança e se anima. Para ela, fevereiro é o melhor dos meses, a melhor festa. Tem muita graça o carnaval. A festa mais brasileira de todas, para Aline é comemoração.
Todas as cores da época se unem em duas cores sob a vista de Aline: verde e rosa. É verde e rosa para todo lado no mês de fevereiro. A alegria vira êxtase; a festa, carnaval; o riso, estampa facial; iniciou-se o carnaval.
Mais um se foi. Mas ainda há tempo para Aline sambar. O repique ainda toca e o corre-corre cede por um instante. Mais um carnaval que se encerra, mais um desfile terminado, mais uma Sapucaí se completou. Anda há tempo para sambar, festejar, carnavalizar. Aline tem que sambar.
A saber: Aline é passista da Estação Primeira.


Mariana Rosell

domingo, 22 de fevereiro de 2009

O carnaval de Renato

Chegou fevereiro, e com ele a festa, a alegria, a correria, a alegoria. Todos se animam, cantam, dançam, viajam e se alegram. Já é normal a agitação. Mas para Renato não tem festa.
Renato não para de trabalhar, não viaja, não canta, não dança, não se anima. Para ele, fevereiro não tem graça, não tem festa. Não tem graça o carnaval. A festa mais brasileira de todas, para Renato não é festa.
Todas as cores da época se unem em uma só cor sob a vista de Renato: o vermelho. É vermelho para todo lado no mês de fevereiro. A alegria vira desespero; a festa, funeral; o riso vira choro; acabou-se o carnaval.
Mais um se foi. Mas já não há tempo para Renato chorar. A sirene tocou de novo e o corre-corre tem que recomeçar. Mais alguém que precisa de ajuda, mais alguém para salvar, mais alguém que pode morrer. Também não há tempo para raciocinar ou hesitar. Renato deve tentar salvar.
A saber: Renato trabalha no resgate do hospital.


Mariana Rosell

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Nina bailarina

Nina menina
Uma bailarina
É tão pequenina
Quer ser dançarina

E pula e dança
E gira a criança
É nossa menina
Doce bailarina

Ela faz pirueta
Salta lá no céu
E toda a letra
Ta lá no papel

De noite termina
Sua fantasia
Põe a sapatilha
E dança a menina

A Nina no palco
Cheirando a talco
Levita no alto
Deita no tablado

A luz se apaga
A dança termina
A turma afaga
A pequena Nina


Mariana Rosell

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Venha cá, meu bem

Venha cá, meu bem
Vamos esquecer o que passou
Deixar de lado toda a dor
E viver um grande amor

Venha cá, meu bem
Que eu preciso de você
Venha a noite aquecer
Para que eu possa adormecer

Venha cá, meu bem
Pra desfazer aquele nó
Pra não deixar que vire pó
Que eu não posso viver só

Venha cá, meu bem
Venha me guiar na escuridão
Venha me dar a sua mão
E tornar o mundo são

Venha cá, meu bem
Fazer de mim a sua musa
Venha tirar a minha blusa
E deixar que eu seduza

Venha cá, meu bem
O nosso tempo é agora
Veja se não perde a hora
Venha logo, sem demora


Mariana Rosell

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Foi o que Carlos disse


Para Carlos Drummond de Andrade


A rosa nasceu
Venceu a rigidez
Trouxe a esperança

O menino era gauche
Anarquista no colégio
Poeta até o fim

Todo o sentimento do mundo
Coube dentro d’um só ser
O menino de Itabira

A aurora se formou
Com o sangue e o leite
Daquele homem que morreu

No meio do caminho tinha
Uma pedra que estava sempre
No meio do caminho

O mundo era vasto
Assim como o coração
Do poeta que chamaria Raimundo

O tempo era partido
E os homens também
Não se tinha ninguém

Carlos disse em códigos
Para muros surdos
Que havia cifras nas palavras

O inseto que cavou
Formou a orquídea sem saída
Foi o que Carlos disse

Não faças poema com o corpo
E agora José?
Foi o que Carlos disse



Mariana Rosell

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Rita Joana Helena

Rita ingrata
Batuca na lata
De blusa regata
E jóia de prata

Rita faceira
Subiu na mangueira
Usou batedeira
Pra dar de boleira

Rita bonita
As noites agita
O povo que grita
Cantando pra Rita

Rita Joana
As ancas balança
E desde criança
E canta e dança

Rita morena
De face serena
Também é Helena
Carioca da gema

Rita é Rita
Rita é Joana
Rita é Helena
E Rita é Rita


Mariana Rosell

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A flor do oriente

Para Nancy

Ainda não sei como dizer
Não to conseguindo escrever
Mesmo assim vou insistir
Em falar sobre a Nancy

A flor do Oriente
Que faz belo o Ocidente

Menina bela e encantadora
Menina meiga e delicada
Talvez seja uma princesa
Talvez seja uma fada

A flor do Oriente
Que encanta toda a gente

Talvez seja uma princesa
Tão bonita e faceira
Traz a cultura japonesa
E funde com a brasileira

A flor do Oriente
Que faz belo o Ocidente

Uma amiga importante
Uma amiga especial
Pôs estrelas na minha estante
E nem era no Natal

A flor do Oriente
Para sempre em minha mente


Eu já sei como dizer
Eu já consegui escrever
E continuo a insistir
Que especial é a Nancy

A flor do Oriente
Minha amiga para sempre


Mariana Rosell

- Parabéns Japa -

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Eu consegui!!!


Obrigada Senhor!!!


Obrigada a todos que me apoiaram!


Feliz demais!


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Agonia de um vestibulando

Esse sentimento que domina há tempos e se intensifica a cada momento.foi um ano inteiro de estudo e cansaço e obstinação e livros e exercícios e noites mal dormidas.E agora que o resultado se aproxima os dias parecem não passar.Exatamente o contrário do que acontecia quando as provas se aproximavam e os conteúdos pareciam fugir da cabeça.
Agonia é a única palavra capaz de definir o turbilhão de sentimentos que agora se exprime dentro de mim.Escrever é a única solução, que parece pífia já que as palavras se embaralham e confundem minha mão.
Por que será que tudo se intensifica agora?Por que será que essa tal agonia insiste em me torturar?Será que eu mereço isso?Será que preciso mesmo disso?
Bom, a verdade é que daqui a umas dezesseis horas essa agonia vai acabar e dará lugar a uma dor imensa ou a uma alegria substancial.


Mariana Rosell

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O céu mudou de cor


É bom saber
Que em você eu posso confiar
Só espero te reencontrar
E ver o sol nascer
Como naquele dia
Em que o céu mudou de cor

Quero estar de novo com você
Nem que seja só pra te olhar
E ter certeza
De que você está bem
Que o tempo não te machucou
E se machucou, soube te curar

Eu não estava lá
Seguimos estradas distintas
Mas sempre que olho o céu
Seu rosto está presente
Pra sempre em meu olhar
E minha mente

Quando ouço aquela canção
Relembro aquela situação
Foi tão bom
Vimos o céu mudar de cor
Sim, vimos o céu
E ele mudou de cor


Mariana Rosell

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

De quem é o controle?

O avanço da tecnologia trouxe grandes mudanças na vida da sociedade.Hoje os hábitos são diferentes, a rotina é diferente, a convivência é diferente.
Uma criança do século XXI dificilmente brinca na rua com peões, bolinhas de gude e as tradicionais bonecas de pano. A vida saudável ficou para trás.A moda é passar horas sentado diante de um computador caçando extra-terrestres, matando os inimigos e vivendo uma vida que não é sua..A maldição dos jogos virtuais, que parecem penetrar na mente, principalmente dos jovens, alienando as pessoas.
E o que parece bom, mostra a cada dia o seu lado negativo.As facilidades propostas pelo uso da internet deixaram a vida mais corrida do que já era, tornando a economia de tempo uma necessidade e não mais uma opção.Não PE mais necessário ir ao banco para pagar uma conta, ir ao mercado ou loja para obter um produto.Tudo isso pode ser feito pela internet.Essa praticidade é perigosa.Onde fica a convivência?E a ida ao shopping com os filhos para comprar o presente?Isso está se tornando raridade.
A parte todo o risco de ser vítima de um crime por conta de informações fornecidas na internet, é necessário que se dedique mais atenção à vida, à família, às pessoas, deixando as máquinas em segundo plano, pois elas foram feitas para serem controladas por nós e não para nos controlar.


Mariana Rosell

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sei que amo você

Dizem que é difícil falar de amor
Quando ele dá certo
Mas o nosso rende páginas e páginas
Será que está correto?

Certo ou errado, não importa
O que realmente tem valor
É o quanto nos importamos um com o outro
Isso sim é aquilo chamado amor

Não sei como explicar
Não sei o que dizer
Só posso afirmar que
Sinto algo por você

No amor não importa o tempo
Nem o rumo do vento
Num forte relacionamento
Só existe o momento

Minha mão na sua
Meu olhar no seu
Nada muda, mas assim
Parece que o resto morreu

Não sei como explicar
Não sei o que dizer
Só posso afirmar que
Sei que amo você


Mariana Rosell

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Arte

Arte
A mais bela forma de expressão
Quando toca o coração
Atingiu a perfeição

Arte
Nos palcos ela pode tocar
Dançar, cantar ou interpretar
O importante é emocionar

Arte
Nas telas
Precisamos muito dela
Para torná-las mais belas

Arte
Dispensa comentários
Desde o tempo dos templários
E também dos missionários

Arte
Vai levando um estandarte
O artista que agora parte
Para fazer de novo arte


Mariana Rosell

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Esperança de resina

O mundo não pode ser assim
A alegria ter fim
O sorriso acabar
E o choro chegar
Como pode ser assim

Mesmo que o mundo
Se parta e refaça
A esperança da menina
Tão bela, de resina
Mesmo assim
Não ouviria o sim
Da infelicidade em mim
Que não hesita em ficar
E não vai jamais

A fuga da beleza
Daquela princesa
Deixa a tristeza
Sobre a mesa
Levando consigo
O que tinha comigo
O sorriso antigo
Que fugiu contigo

Como o mundo pode ser assim
Se a alegria tiver fim
E o sorriso acabar
Quando o choro chegar
Não será mais assim

Da forma que o mundo sumir
E assim diluir
O que há de existir
E assim há de surgir
O início do fim
Do começo do sim
A alegria

Que espera
Da esfera
Terminar com
A espera de
Um grande amor

Meu amor...


Mariana Rosell

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Elis fez o que quis


Para Elis Regina


Elis veio
Cantou, gritou
Chorou, emocionou
Amou

Elis amou
Sua música
Sua vida
Sua família

Elis cantou
Chorando atrás da porta
Animando num arrastão
Emocionando com fascinação

Elis gritou
Cantando as marias
Esperançando com um bêbado
E uma pequena equilibrista

Elis encantou
Com uma mensagem
Aos nossos filhos
E uma modinha ajeitada

Elis emocionou
Com um sabiá numa palmeira
Uma casa no campo
Ou na Cantareira

Elis sorriu
Fez da vida uma piada
E se tornou
A pequena apimentada

Elis andarilhou
Fez a vida em romaria
Banhou-se nas águas de março
E deu alô ao marciano

Elis fez isso
Ou aquilo
E como nossos pais
Falou aos nossos filhos

Elis cantou
Numa canção da América
Não só as marias
Mas também as madalenas

Elis, então, de repente
Cansou de tudo
Vestiu sua velha roupa colorida
Pegou um trem azul e partiu



Mariana Rosell - 27 anos sem ELIS

domingo, 18 de janeiro de 2009

Ilhabela

Por São Sebastião passei
Por Caraguatatuba viajei
Saí de Ubatuba
Fugindo da chuva

Pego a balsa
Vejo o barco à vela
Cruzo o mar
Destino:Ilhabela

Ilhabela
Bela ilha
Sobre o mar
A navegar
O sol a brilhar
E o mar a refletir
O seu lindo raiar

O sol encontrei
Ao meu destino chegar
Já viajei, já passei
Com o sol a raiar


Mariana Rosell

sábado, 17 de janeiro de 2009

Eu não tenho certeza, mas alguém lá em cima deve ser muito egoísta. Nos levou John, nos levou Elvis, nos levou Tom.Nos levou Janis, nos levou Cássia, nos levou Elis.Também nos levou Raul, Renato e Cazuza.Quis Clara e Nara, levou George e Marcelo, e quase nos leva Herbert.Nos levou Chico, nos levou Freddie, nos levou Edith, nos levou Tim e Jimi.Por quê?Não dá pra saber, mas o céu deve ‘tá’ pegando fogo!
Mariana Rosell

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

ATADO NO CORAÇÃO


Para Anna, Guida e Fernanda

Uma etapa concluída
Uma etapa de alegria
Uma etapa sorridente
Uma etapa bem vivida

Por mais que ela acabe
Na memória irá ficar
O sorriso de alegria
E o choro de emoção
Sempre o fruto da amizade
Dentro do meu coração

Uma turma especial
Que partiu, mas ficou
Que sorriu e chorou
Que fugiu e voltou
Mas jamais distanciou

A distância não desata
O laço da amizade
A sincera não retrata
O que é virtude contrária
Burla os defeitos
Pra seguir em companhia
Do que um dia foi unido
Pelo sol da alegria

O tempo não é suficiente
Pra acabar com o que é forte
E reside dento da gente
O tempo não basta
Para terminar com nosso amor
O tempo não consegue
Arranhar o que vingou

Ao som do mar
Ao toque da leve brisa
Ao doce odor da flor
Se fortalece o nosso amor

Amigo irmão
Mora no coração

Por um laço
Atado
Pelos braços
Abraçado
Pelo olhar notado
E pelo coração
Muito amado

Você...
Amigo irmão
Mora no coração
E vive na memória
Presa lá no coração
Subsistirá nossa história


Mariana Rosell

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

LUA LUZ


Cai a lua da manhã
Uma luz a me guiar
Argêntea e cintilante
Faz da noite clara e sã

Não é sol nem florescente
É a luz da branca lua
Faz do mar gentil espelho
Que ilumina toda a gente

Na vitrine ela reflete
O clarão de puro ser
O reflexo da avenida
Vai-e-vem que se repete

Não se vê o horizonte
Que a lua não reveste
Vem pra dentro como peste
E faz-se ver o lindo monte

Ao amanhecer ela se foi
Fez-se sol em seu lugar
O que era prata fez-se ouro
Ela retornará logo depois


Mariana Rosell

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

AO MESTRE, COM AMOR


Para Nando Reis


Amo tudo o que você faz
E por isso sou suspeita ao falar
De uma pessoa que é capaz
De me fazer sonhar
Com suas belas canções que a minha alma [encanta
Quando olho pro teu rosto
E você sorri e canta

Hey babe, Dessa vez, No Recreio e Relicário
Cegos do Castelo, ECT e A Fila
Resposta, Por onde andei, Mantra e Me Diga
Como posso não me apaixonar por All Star?

Marvin cresci ouvindo
Sempre cantando e sorrindo
O Segundo Sol balança meu coração
E me causa muita emoção
A Letra A, a letra perfeita
Do seu lado maravilhosamente feita
Marvin me retorna à infância
Quase que dezoito provoca dança

Hey babe, Dessa vez, No Recreio e Relicário
Cegos do Castelo, ECT e A Fila
Resposta, Por onde andei, Mantra e Me Diga
Como posso não me apaixonar por All Star?

E tudo mais, Luz dos olhos, Púrpura e Tão diferente
Fazem sorrir minha mente
Por tocar minh’alma tão profundamente

Hey babe, Dessa vez, No Recreio e Relicário
Cegos do Castelo, ECT e A Fila
Resposta, Por onde andei, Mantra e Me Diga
Como posso não me apaixonar por All Star?

E por isso tenho orgulho
De dizer a vocês
Que tenho amor profundo
Pelo querido Mestre Nando Reis


Mariana Rosell

sábado, 10 de janeiro de 2009

Vestido


Vestido longo
Ou de curta saia
Vestido no tom
Areia de praia

Vestido rasgado
Ou feito à baia
Vestido guardado
Sob o sol de praia

Vestido de amor
Coberto de dor
Vestido comprido
Claramente ferido

Vestido completo
De amor repleto
Vestido presente
Na alma e na mente

Vestido, solidão
Perdido no chão
Vestido, perdão
Amor no coração

Mariana Rosell

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Mensagem de Ano Novo


É muito comum desejar tudo de bom e que tudo se realize quando o Ano Novo chega, mas hoje, eu desejo um pouco mais:mais do simples e menos do material, mais do que importa e menos do que reluz, mais do que preenche e menos do que faz volume, mais do que precisamos e menos do que já estamos cheios, mais do que faz a diferença e menos do que já nos faz cômodos...Pra esse ano de 2009 eu desejo e quero PAZ; eu desejo e quero AMOR, eu desejo e quero RESPEITO; eu desejo e quero DIGNIDADE; eu desejo e quero CARINHO; eu desejo e quero COMPREENSÃO; eu desejo e quero AMIZADE; eu desejo e quero SOLIDARIEDADE; eu desejo e quero PREOCUPAÇÃO; eu desejo e quero TOLERÂNCIA; eu desejo e quero INCÔMODO; eu desejo e quero VIDA!Quero o fim da violência, o fim das guerras sem sentido, o fim do verbo ‘ter’, o fim das mortes sem porque, o fim da intolerância, o fim da falta de respeito, o fim do preconceito!Quero ver esse ano como uma oportunidade de realmente fazer um mundo melhor, fazer do mundo um lugar em que seja bom viver, o qual desejemos deixar para nossos filhos...Depende de cada um parar de pensar apenas em seus problemas e desejos e começar a pensar que todos somos iguais, de carne, osso e coração; e por isso, merecemos respeito e ajuda.Então, enquanto você estiver se fartando com suas famílias e amigos ao redor de uma mesa cheia de pratos saborosos, não se esqueça que milhões de pessoas morrem de fome, de sede, de frio, de doenças banais e outras sem cura...Não se esqueça que nessa noite - e assim será por todo o ano – um monte de gente não vai ter sequer um amigo para dizer eu estou aqui por você, não vai ter um teto para se abrigar num dia de chuva ou de sol violento, vai chorar sem ter ninguém para enxugar suas lágrimas e, por mais incrível que pareça, vai sorrir, mas ninguém vai ver.Portanto, não desperdice sua comida, não fique meia hora debaixo do chuveiro, doe seus agasalhos e cobertores que ficam há tempos no fundo do guarda-roupas, não reclame quando sua mãe insiste em levar você ao médico e ouça os conselhos sobre como se prevenir de doenças...Abrace pelo menos um amigo com todo o sentimento do seu coração, sorria para um estranho, de “Bom dia” mesmo que não seja correspondida (talvez, sem saber, você faça melhor o dia de alguém), agradeça a Deus ou a qualquer força maior que você acredita por tudo o que você tem e tenha consciência de que muita gente no mundo daria tudo para ter aquele carro que mal anda, aquela casa pequena, aquelas roupas fora de moda, aqueles sapatos que não combinam com nada, aquele prato cheio de verduras e legumes e tudo o mais que você tem e costuma achar horríveis.Valorize o que realmente importa e não se esqueça que tem muita coisa que passa pelo seu caminho e você não consegue enxergar a verdadeira importância!Sei que vai demorar, mas talvez um dia o discurso de Ano Novo possa ser outro!FELIZ 2009!!!


Mariana Rosell

Bem vindos!!!



Bom, aqui estou eu em mais uma estréia.
Espero que consiga usar este espaço para, mais do que divulgar meus textos, difundir minhas idéias.
Saibam que o meu blog é um espaço plural, onde todos serão bem recebidos, ainda que discordem de mim.Utilizem os comentários de maneira responsável, do mesmo modo que prentendo usar o blog, e façam deles um meio de expor suas opiniões.
Que esta página acrescente algo de bom a todos nós!

Prazer, Mariana Rosell.