domingo, 25 de março de 2012

Minha casa

Houve um tempo em que eu achei que morava em São Paulo, quando na verdade, morava apenas na Mooca e seus arredores. Achava São Paulo a melhor cidade do mundo.

Demorei a descobrir que não conhecia nada da maior cidade da América Latina. Quando o fiz, passei a achar que São Paulo era uma droga (nos dois sentidos da palavra). Ao mesmo tempo que escurece nossos pulmões; inebria e vicia. Não nos permite deixá-la.

Por algumas circunstâncias da vida, hoje cruzo São Paulo todos os dias. Hoje, de fato, sei o que é morar em São Paulo. É pegar trânsito todo dia, ônibus lotado com tudo fechado porque tá chovendo, não conseguir entrar no metrô mesmo sendo fim de semana porque tá todo mundo indo passear no shopping.

Diferentemente de Caetano, cruzar a Ipiranga e a Avenida São João não causa nada em meu coração. Vai ver é porque sempre que faço isso estou sentada no 702U-10 lendo o texto da próxima aula ou dormindo já que o trânsito tá parado mesmo.

Já pensei que jamais conseguiria viver fora daqui, já pensei que se não fosse morar fora daqui não conseguiria viver. Hoje eu acho que, por enquanto, aqui é mesmo o meu lugar.

Fazer o que se sou a típica cidadã paulistana: sempre correndo, com nível médio de stress e pulmão meio acinzentado pela poluição?

Mariana Rosell

Um comentário:

Pedro Leco, disse...

Pauliceia desvairada e encantadora.
Dona de tantos carros e tanta cultura.
Dona de montanhas de cimento acinzentado e do Theatro Municipal.