sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Foi o que Carlos disse


Para Carlos Drummond de Andrade


A rosa nasceu
Venceu a rigidez
Trouxe a esperança

O menino era gauche
Anarquista no colégio
Poeta até o fim

Todo o sentimento do mundo
Coube dentro d’um só ser
O menino de Itabira

A aurora se formou
Com o sangue e o leite
Daquele homem que morreu

No meio do caminho tinha
Uma pedra que estava sempre
No meio do caminho

O mundo era vasto
Assim como o coração
Do poeta que chamaria Raimundo

O tempo era partido
E os homens também
Não se tinha ninguém

Carlos disse em códigos
Para muros surdos
Que havia cifras nas palavras

O inseto que cavou
Formou a orquídea sem saída
Foi o que Carlos disse

Não faças poema com o corpo
E agora José?
Foi o que Carlos disse



Mariana Rosell

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