sexta-feira, 24 de julho de 2009

Um mundo igual

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou altos ou baixos
Não existiria a delicadeza dos baixinhos
Ou a imponência dos altinhos

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou loiros ou morenos ou ruivos
Não existiria o charme dos morenos
Nem o destaque dos loiros
Nem o encanto dos ruivos

Imaginem um mundo
Em que todos fossem da praia ou do campo
Ninguém ouviria o sonoro farfalhar das árvores
Ou a calmaria das ondas do mar

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou nervosos ou calmos
Não haveria a tranqüilidade dos calmos
Ou a potência explosiva dos nervosos

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou tímidos ou atirados
Não haveria a espontaneidade dos atirados
Ou a graça dos tímidos

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou magros ou gordos
Não existiria a fofura dos gordinhos
Ou a elegância dos magrinhos

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou artistas ou platéia
Não haveria ninguém para aplaudir os espetáculos
Ou ninguém para ser aplaudido

Imaginem um mundo
Em que todos gostassem ou de prosa ou de poesia
Não existiria a emoção dos poetas
Ou a desenvoltura dos prosadores

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou de sol ou de chuva
Ninguém gostaria do tranqüilizante barulho da chuva
Ou do calor da luz do sol

Imaginem um mundo
Em que todos fossem ditos “ normais ”
Não haveria o prazer do diferente
E que mundo sem graça seria

Imaginem um mundo
Em que não houvesse preconceitos
É, esse seria um mundo ideal


Mariana Rosell

Um comentário:

Pedro Leco, disse...

Terminei de ler, sorrindo assim:

=]