Quem saberá dizer
Qual a luz do sol
A cor de céu
O som do mar
Quem saberá explicar
A dor de amar
O sabor do cajá
A flor a brotar
Quem saberá entender
O filho que nasce
A noite que cresce
A luz que aparece
Quem saberá definir
O que nos faz sentir
O que nos faz sorrir
O que faz alguém mentir
Quem saberá amar
Quem saberá contar
Quem saberá julgar
Quem saberá falar
Mariana Rosell
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Pelo vidro da janela
Chove muito na cidade. São as lágrimas do céu que se multiplicam, revigoram, intensificam, mas não cessam de maneira nenhuma. Pelo vidro da janela a cidade acinzentou e tudo agora é escuro.
As crianças correram pro coberto, saíram fugidas da piscina, do parquinho e da quadra. A grama parece satisfeita, quase vejo um sorriso no verde que existiu na paisagem. Pelo vidro da janela só se ouve a sonora queda da água no solo petrificado.
O sol também fugiu e deixou em seu lugar as nuvens cinza-claro que se iluminam de tempo em tempo com os raios do trovão. A chuva agora virou tempestade. Pelo vidro da janela não se pode ver mais nada.
Seguiam-se raios e barulhentos trovões que agora abafavam a queda das águas. E de repente o cinza coloriu. Não se pode identificar a cor, mas era bonita e destacou de toda a monocromia. Pelo vidro da janela uma rosa nasceu.
A rosa não trouxe só a cor, aos poucos tudo clareou, a chuva cessou e permitiu que se observasse a maior beleza de todas as coisas de fora. E de dentro também. Tudo ficou bonito, iluminado, claro. Pelo vidro da janela uma rosa nasceu.
Mariana Rosell
As crianças correram pro coberto, saíram fugidas da piscina, do parquinho e da quadra. A grama parece satisfeita, quase vejo um sorriso no verde que existiu na paisagem. Pelo vidro da janela só se ouve a sonora queda da água no solo petrificado.
O sol também fugiu e deixou em seu lugar as nuvens cinza-claro que se iluminam de tempo em tempo com os raios do trovão. A chuva agora virou tempestade. Pelo vidro da janela não se pode ver mais nada.
Seguiam-se raios e barulhentos trovões que agora abafavam a queda das águas. E de repente o cinza coloriu. Não se pode identificar a cor, mas era bonita e destacou de toda a monocromia. Pelo vidro da janela uma rosa nasceu.
A rosa não trouxe só a cor, aos poucos tudo clareou, a chuva cessou e permitiu que se observasse a maior beleza de todas as coisas de fora. E de dentro também. Tudo ficou bonito, iluminado, claro. Pelo vidro da janela uma rosa nasceu.
Mariana Rosell
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Fim ao fim
É triste reconhecer
Mas é a mais pura verdade
Não há como esconder
Já não há mais amizade
Ninguém se gosta mais
Acabou-se o respeito
Desde os nossos ancestrais
Isso grita lá no peito
Talvez não tenha mais solução
Mas ainda guardo a esperança
Que habita o coração
Da mais inocente criança
Esse mundo inseguro
Cheio de dúvida
Que não sabe o que é puro
Desde antes das Guerras Púnicas
Será que tem mesmo
Que ser assim
Eu posso fazer diferente
Basta começar por mim
Cada um fazendo sua parte
Talvez ainda haja um jeito
Transforme a vida numa arte
Acabando com o preconceito
Vamos então resolver
Façamos então assim
Você começa por você
E eu começo por mim
Talvez assim
Possamos por fim
Ao que quer dar fim
Mariana Rosell
Mas é a mais pura verdade
Não há como esconder
Já não há mais amizade
Ninguém se gosta mais
Acabou-se o respeito
Desde os nossos ancestrais
Isso grita lá no peito
Talvez não tenha mais solução
Mas ainda guardo a esperança
Que habita o coração
Da mais inocente criança
Esse mundo inseguro
Cheio de dúvida
Que não sabe o que é puro
Desde antes das Guerras Púnicas
Será que tem mesmo
Que ser assim
Eu posso fazer diferente
Basta começar por mim
Cada um fazendo sua parte
Talvez ainda haja um jeito
Transforme a vida numa arte
Acabando com o preconceito
Vamos então resolver
Façamos então assim
Você começa por você
E eu começo por mim
Talvez assim
Possamos por fim
Ao que quer dar fim
Mariana Rosell
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Crise
Hoje é um daqueles dias em que uma gota d’água se transforma em tempestade e um mar de lágrimas escorre pela face. É uma crise que vai passar; mas por enquanto está aqui.
Uma crise de desilusão!
Sim, há poucos dias me desiludi com o mundo, com a vida, com o Homem. Percebi que nada de realmente valioso tem mais valor.Percebi que tudo está invertido, que a vida não vale mais nada e que uma pessoa não passa de um grão de areia e que tanto faz se ele será pisado, levado pelo vento ou banhado pela água do mar.
Afinal, o que eu estou fazendo aqui?O que eu posso fazer de melhor?
Ás vezes tenho vontade de gritar; nem que seja para ninguém ouvir, mas para eu poder me sentir viva e ter certeza de que ainda tenho voz, que ainda posso falar, mesmo que seja para muros surdos.
Estou tomada por uma sensação de impotência muito grande. Não há regras ou valores. No jogo desse mundo (imundo!) a única coisa que importa é se dar bem, não importa sobre quem.
Quando optei por minha futura profissão, o fiz pensando que seria uma forma de mudar.Ingenuamente, cheguei a pensar que poderia mudar o mundo.Hoje sei que não posso.Li que pela educação nada se muda e então passei a refletir constantemente sobre como, pelo menos, tentar melhorar através do ensino.
Depois, eu constatei que a grande maioria das pessoas estuda com um único objetivo: o mercado de trabalho. O bom ingresso nele é a única preocupação e influi, inclusive, na escolha que, para mim, só caberia ao coração.
Essa constatação, unida a alguns fatos que não cabe desenvolver, me levou a essa crise. Uma crise de existência, uma crise de consciência. Uma crise que vai passar, embora a causa dela talvez nunca passe.
Talvez, ao ler o título do texto, você possa ter pensado que se tratasse da última crise econômica... Mas que engano! Acho que não desperdiçaria minhas palavras com o dinheiro. Tenho muito mais com o que me preocupar. Tenho esperanças a cultivar. Tenho um mundo a melhorar. Tenho uma vida para amar.
Mariana Rosell
Uma crise de desilusão!
Sim, há poucos dias me desiludi com o mundo, com a vida, com o Homem. Percebi que nada de realmente valioso tem mais valor.Percebi que tudo está invertido, que a vida não vale mais nada e que uma pessoa não passa de um grão de areia e que tanto faz se ele será pisado, levado pelo vento ou banhado pela água do mar.
Afinal, o que eu estou fazendo aqui?O que eu posso fazer de melhor?
Ás vezes tenho vontade de gritar; nem que seja para ninguém ouvir, mas para eu poder me sentir viva e ter certeza de que ainda tenho voz, que ainda posso falar, mesmo que seja para muros surdos.
Estou tomada por uma sensação de impotência muito grande. Não há regras ou valores. No jogo desse mundo (imundo!) a única coisa que importa é se dar bem, não importa sobre quem.
Quando optei por minha futura profissão, o fiz pensando que seria uma forma de mudar.Ingenuamente, cheguei a pensar que poderia mudar o mundo.Hoje sei que não posso.Li que pela educação nada se muda e então passei a refletir constantemente sobre como, pelo menos, tentar melhorar através do ensino.
Depois, eu constatei que a grande maioria das pessoas estuda com um único objetivo: o mercado de trabalho. O bom ingresso nele é a única preocupação e influi, inclusive, na escolha que, para mim, só caberia ao coração.
Essa constatação, unida a alguns fatos que não cabe desenvolver, me levou a essa crise. Uma crise de existência, uma crise de consciência. Uma crise que vai passar, embora a causa dela talvez nunca passe.
Talvez, ao ler o título do texto, você possa ter pensado que se tratasse da última crise econômica... Mas que engano! Acho que não desperdiçaria minhas palavras com o dinheiro. Tenho muito mais com o que me preocupar. Tenho esperanças a cultivar. Tenho um mundo a melhorar. Tenho uma vida para amar.
Mariana Rosell
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