Chove muito na cidade. São as lágrimas do céu que se multiplicam, revigoram, intensificam, mas não cessam de maneira nenhuma. Pelo vidro da janela a cidade acinzentou e tudo agora é escuro.
As crianças correram pro coberto, saíram fugidas da piscina, do parquinho e da quadra. A grama parece satisfeita, quase vejo um sorriso no verde que existiu na paisagem. Pelo vidro da janela só se ouve a sonora queda da água no solo petrificado.
O sol também fugiu e deixou em seu lugar as nuvens cinza-claro que se iluminam de tempo em tempo com os raios do trovão. A chuva agora virou tempestade. Pelo vidro da janela não se pode ver mais nada.
Seguiam-se raios e barulhentos trovões que agora abafavam a queda das águas. E de repente o cinza coloriu. Não se pode identificar a cor, mas era bonita e destacou de toda a monocromia. Pelo vidro da janela uma rosa nasceu.
A rosa não trouxe só a cor, aos poucos tudo clareou, a chuva cessou e permitiu que se observasse a maior beleza de todas as coisas de fora. E de dentro também. Tudo ficou bonito, iluminado, claro. Pelo vidro da janela uma rosa nasceu.
Mariana Rosell
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
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