quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Peixes
Sou eu com os meus caros.
São poucos por questão
De adaptação, combinação.
Nem todo peixe vive no rio,
Nem todo peixe vive no mar.
Nem todo peixe consegue sobreviver
Aos alagamentos ou às secas;
Nem todo peixe ama tanto sua morada
A ponto de preferir resistir nela
A abandoná-la pelo oceano.
Uns se foram, outros, talvez,
Ainda virão.
E o vai-e-vem pode ser eterno.
O rio só deve se preocupar
Com os peixes que escolheram
Suas águas para nadar.
Preencho uma mão com
Os peixes que me são fieis,
E banhá-los é minha única preocupação.
Pois esses são os essenciais.
Não me importo se são poucos.
Pois de nada adianta
Rio farto de peixe
Se à primeira estiagem
Eles fogem para o mar.
Mariana Rosell
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
A alma e a dança
Exposta em seu íntimo, faz de si o melhor para agradar ao espectador. Talvez nem saiba que mais bem faz a mim, que me curo de qualquer dor sempre que me empresto ao seu ofício.
A música me penetra, movimentando inconscientemente tudo o que me compõe, encantando cada olhar apreciador, suavizando cada ouvido interessado. Sonorizada pelo tom mais doce, que é todo tom, a minha alma dedica-se sempre mais ao movimento, realizando cada simples piscar de olhos com a mais pura dedicação.
Entrega-se inteira, me preenche por completo e expõe todo o sentimento, sem ter consciência da energia floreada, tudo o que me faz ser quem sou: minha dança à flor da pele.
Mariana Rosell
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Das flores e do povo
Ao amanhecer se entregam
Ao mundo, as flores de toda
A vida.
Desperta cansado todo dia
O povo humilde que se entrega
Ao poder de todos os senhores,
Os mandantes.
E elas crescem e desenvolvem
As cores; e as flores
Fazem da cidade algo
Um pouco mais colorido.
E ele vai comprimido
Pelos seus pares, pelos trilhos
E trajetórias semelhantes,
Massacrantes.
Perfumam, embelezam, sorriem,
Fazem sorrir, cheirar e amar.
À noite repousam sua beleza
Para no dia seguinte brotar.
Caminha, corre, sorri;
É feito cochilar pelo desgaste.
À noite repousa seu corpo cansado
Para no dia seguinte despertar.
E assim se dá a rotina
Semelhante ou dispare,
Porque das flores e do povo
Só difere o teu olhar.
Mariana Rosell
sábado, 28 de novembro de 2009
“Se é amor, que seja verdadeiro.”
Por acaso existe amor que não seja verdadeiro?
Para mim, não faz sentido.
Quando se ama, só pode ser com verdade.
Sem verdade não há amor, não há entrega, não há cumplicidade.
O amor é verdade, e esta lhe é intrínseca!
Mariana Rosell
domingo, 15 de novembro de 2009
Complexo
As lágrimas rolam novamente
E os olhos fazem transparecer
A dor que a gente finge que não sente
Não adianta olhar pra trás
Meu tempo passou e eu não vi
Ainda não entendo, mas
Eu vou sorrir para fingir
Não será completo fingimento
Não é sempre que é dor
É um complexo sentimento
Algum tipo de amor
Talvez seja arrependimento
E é isso que parece
Mas já não é meu o momento
Não sou eu quem acontece
Só me resta olhar pra frente
Ou olhar ao meu redor
Tanta gente diz que sente
E eu sei que não sou só
Vou tentar não mais chorar
Descansar no anoitecer
Minha vida vou levar
Esperando por você
Mariana Rosell
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Soneto da espera II
Todo o tempo necessário
Para que você possa me dar
Uma dose de amor diário
Ponho-me sempre a olhar
As recordações postas no armário
Algumas vezes me fazem chorar,
E não é extraordinário
Sou toda disposição
Para esperar você
Sei que não será em vão
Estou aqui para você
Está aberto meu coração
Para novo amor viver
Mariana Rosell
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Quem saberá
Qual a luz do sol
A cor de céu
O som do mar
Quem saberá explicar
A dor de amar
O sabor do cajá
A flor a brotar
Quem saberá entender
O filho que nasce
A noite que cresce
A luz que aparece
Quem saberá definir
O que nos faz sentir
O que nos faz sorrir
O que faz alguém mentir
Quem saberá amar
Quem saberá contar
Quem saberá julgar
Quem saberá falar
Mariana Rosell
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Pelo vidro da janela
As crianças correram pro coberto, saíram fugidas da piscina, do parquinho e da quadra. A grama parece satisfeita, quase vejo um sorriso no verde que existiu na paisagem. Pelo vidro da janela só se ouve a sonora queda da água no solo petrificado.
O sol também fugiu e deixou em seu lugar as nuvens cinza-claro que se iluminam de tempo em tempo com os raios do trovão. A chuva agora virou tempestade. Pelo vidro da janela não se pode ver mais nada.
Seguiam-se raios e barulhentos trovões que agora abafavam a queda das águas. E de repente o cinza coloriu. Não se pode identificar a cor, mas era bonita e destacou de toda a monocromia. Pelo vidro da janela uma rosa nasceu.
A rosa não trouxe só a cor, aos poucos tudo clareou, a chuva cessou e permitiu que se observasse a maior beleza de todas as coisas de fora. E de dentro também. Tudo ficou bonito, iluminado, claro. Pelo vidro da janela uma rosa nasceu.
Mariana Rosell
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Fim ao fim
Mas é a mais pura verdade
Não há como esconder
Já não há mais amizade
Ninguém se gosta mais
Acabou-se o respeito
Desde os nossos ancestrais
Isso grita lá no peito
Talvez não tenha mais solução
Mas ainda guardo a esperança
Que habita o coração
Da mais inocente criança
Esse mundo inseguro
Cheio de dúvida
Que não sabe o que é puro
Desde antes das Guerras Púnicas
Será que tem mesmo
Que ser assim
Eu posso fazer diferente
Basta começar por mim
Cada um fazendo sua parte
Talvez ainda haja um jeito
Transforme a vida numa arte
Acabando com o preconceito
Vamos então resolver
Façamos então assim
Você começa por você
E eu começo por mim
Talvez assim
Possamos por fim
Ao que quer dar fim
Mariana Rosell
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Crise
Uma crise de desilusão!
Sim, há poucos dias me desiludi com o mundo, com a vida, com o Homem. Percebi que nada de realmente valioso tem mais valor.Percebi que tudo está invertido, que a vida não vale mais nada e que uma pessoa não passa de um grão de areia e que tanto faz se ele será pisado, levado pelo vento ou banhado pela água do mar.
Afinal, o que eu estou fazendo aqui?O que eu posso fazer de melhor?
Ás vezes tenho vontade de gritar; nem que seja para ninguém ouvir, mas para eu poder me sentir viva e ter certeza de que ainda tenho voz, que ainda posso falar, mesmo que seja para muros surdos.
Estou tomada por uma sensação de impotência muito grande. Não há regras ou valores. No jogo desse mundo (imundo!) a única coisa que importa é se dar bem, não importa sobre quem.
Quando optei por minha futura profissão, o fiz pensando que seria uma forma de mudar.Ingenuamente, cheguei a pensar que poderia mudar o mundo.Hoje sei que não posso.Li que pela educação nada se muda e então passei a refletir constantemente sobre como, pelo menos, tentar melhorar através do ensino.
Depois, eu constatei que a grande maioria das pessoas estuda com um único objetivo: o mercado de trabalho. O bom ingresso nele é a única preocupação e influi, inclusive, na escolha que, para mim, só caberia ao coração.
Essa constatação, unida a alguns fatos que não cabe desenvolver, me levou a essa crise. Uma crise de existência, uma crise de consciência. Uma crise que vai passar, embora a causa dela talvez nunca passe.
Talvez, ao ler o título do texto, você possa ter pensado que se tratasse da última crise econômica... Mas que engano! Acho que não desperdiçaria minhas palavras com o dinheiro. Tenho muito mais com o que me preocupar. Tenho esperanças a cultivar. Tenho um mundo a melhorar. Tenho uma vida para amar.
Mariana Rosell
terça-feira, 29 de setembro de 2009
O vento
Leve vento no horizonte
Forte brisa no meu rosto
Ventania sobre o monte
Uma brisa de saudade
Traz a mim o doce beijo
Sentimento que me invade
Aumentando meu desejo
Vento leva minha dor
Brisa traz o meu amor
Ventania, desamor
Mas o que a brisa traz
Ventania leva embora
E o vento...Revigora
Mariana Rosell
terça-feira, 22 de setembro de 2009
A felicidade de estar com você
A felicidade de estar com você
Que de tanto não caber
Faz-se transbordar
Pelos meus poros e olhos
A felicidade de estar com você
Que fecha minha glote
Alimentando o meu ser
De vida e de amor
A felicidade de estar com você
Que modifica minha rotina
E me faz suportar
Esse mundo irracional
A felicidade de estar com você
Que me faz alguém melhor
Iluminando minha vida
Com a luz de uma alegria
A felicidade de estar com você
Que basta para mim
É suficiente e concreta
Conduz-me e me liberta
A felicidade de estar com você
Que me completa a cada dia
Torna tudo mais bonito
Inunda-me sempre de amor
domingo, 13 de setembro de 2009
Sabe aquelas pessoas...
Eu falo daquelas que você finge não existir. Passa por eles, quase tropeça, mas age como se nada estivesse ali. Sabe que eles estão ali e que precisam de ajuda, mas você tenta – e muitas vezes consegue – se convencer de que não é problema seu.
Você passa por eles, olha de canto, finge que não está olhando, luta para logo apagar aquela imagem da vista. Ou então, simplesmente olha com desprezo e vira o rosto.
Por que será que as pessoas acham isso normal?Como alguém pode imaginar que é normal alguém não ter o que comer não poder tomar banho, não ter um teto para cobrir sua cabeça e seu corpo frio durante a noite?
Muito pior do que isso existir é as pessoas conseguirem encarar esse problema como se de fato isso não fosse, e agirem com naturalidade.
Que rumo esse mundo vai tomar?Se as coisas continuarem assim, estaremos caminhando para o fim. Mas você pode mudar, se quisermos, poderemos fazer diferente.
A questão é: você quer?
Mariana Rosell
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
E de repente, um laço
Eu vou brincar de ser artista
Encontrarei todas as pistas
Vou desvendar o tal mistério do amor
E logo depois um belo samba vou compor
Eu vou fingir que sou palhaço
E com você fazer um laço
Vou inventar um novo passo
E aliviar todo o cansaço
E como Chaplin vou usar
Até a dor para alegrar
Feito Carlitos vou agir
Para poder nos divertir
Em cima da minha cama vou dançar balé
Imaginarei as sapatilhas nos meus pés
Eu vou me fazer de bailarina
Eu vou repintar a Capela Sistina
Eu vou sorrir feito criança
Eu vou dançar a nossa dança
O nosso baile vou bailar
E aquele samba vou sambar
Eu vou dizer que sou Romeu
Namorarei a Julieta
Farei o mundo todo seu
Com uma linda pirueta
Desenharei na partitura
Um passarinho escritor
E com alma e ternura
Um passaredo vou propor
Eu vou pensar que sou pintor
E numa tela eu vou por
O que é capaz de encantar
E de repente iluminar
Eu vou rabiscar uma Monalisa
Montarei uma Torre de Pisa
Eu vou na Mangueira tocar tamborim
Ter dois clubes de esquina só pra mim
E envolvida na magia
Eu vou brindar nossa alegria
Fazer um instante da nossa vida
Uma floreira colorida
Mariana Rodrigues Rosell e Pedro Destro Moreira da Silva
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Sem palavras
Para traduzir o intraduzível.
Nem textos, nem palavras.
Muito menos rimas!
Nada é capaz,
Nada é suficiente.
Você me obriga a escrever
O que não sei,
O que não consigo,
O que somente sinto (só consigo sentir).
Não é simples,
Não é complexo.
Não tem nexo
Nem explicação.
Tem sentimento,
Emoção!
É assim que você me faz;
E é assim que eu quero ser!
Mariana Rosell
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Tríade das rosas - III - De tudo e todos (rosas)
De todas as cores, amarela
De todos os amores, sentinela
De todas as flores, a mais formosa
De todas as cores ,rosa
De todos os amores, orgulhosa
De todas as flores, a que encanta
De todas as cores, branca
De todos os amores, estanca
De todas as flores, a que permeia
De todas as cores, vermelha
De todos os amores, cadeia
De todas as flores é a rosa
A mais bonita e formosa
De todas as cores é vermelha
Muito mais do que centelha
De todos os amores é acabamento
Viva e rosa a todo o momento
Mariana Rosell
domingo, 23 de agosto de 2009
Tríade das rosas - II - As rosas em mim
Tal relação com o meu ser
Ninguém consegue entender
E eu mal sei o que falar
As palavras
Faltam quase sempre
Assim que vejo as rosas
Comunico a toda gente
Elas me encantam
Parecem fazer parte de mim
E talvez até façam
Meu coração deve ser assim
Tanto faz como é
Talvez não seja assim
Não consigo expressar
As rosas em mim
Todo mundo me pergunta
É sempre a mesma coisa
Mas não consigo explicar
É muito mais que gostar
É como se estivessem
Realmente em mim
É como se fizessem
Realmente parte de mim
As rosas, as belas rosas
Rosas, amarelas ou vermelhas
Todos podem gostar de rosas
Mas a mim elas permeiam
Mesmo quando estão
Somente em meu pensar
Não conseguem ser em vão
Acho que é coisa de amar
E por mais simples que sejam
Conseguem ser ainda assim
O que todos almejam
As rosas em mim
Mariana Rosell
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Tríade das rosas - I - Eu amo as rosas
Caída e sem forma
Chama a atenção
Quando quase entorna
As pétalas se perderam
O vento levou embora
Olfatos não mais cheiram
Está completamente frágil agora
Não sei como nem porque
Mas ainda se mantém bela
Parece olhar para você
Talvez fosse amarela
Lindas no espelho
Prefiro as vermelhas
Adoro o vermelho
Prefiro as centelhas
Eu amo as rosas
Sejam como for
Com ou sem cor
Eu amo as rosas
Mariana Rosell
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
O que o sábio diz
Que as coisas só acontecem
Na hora certa.
Muito sábio esse alguém!
Não adianta relutar
Contra o que o sábio diz.
Só quando é a hora certa
É que a gente é feliz!
Com os erros se aprende
A dar valor ao que se tem.
Hoje eu sei amar, valorizar,
Fazer de tudo pra ver bem.
Alguns chamam de carma,
Outros chamam de destino;
Eu, não chamo de nada.
Algumas coisas não precisam ser chamadas!
Mariana Rosell
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Ingenuidade
Hoje crianças caem das janelas e pessoas andam pelas tabelas, mas basta querer. Dizem que o fim está próximo, e pode até ser que esteja, mas ainda que seja o fim, podemos fazê-lo melhor.
Será que só porque vai acabar temos que deixar de lado, fingir que não pode ser diferente?Será que não podemos fazer um fim mais bonito, mais tranqüilo, mais sensível?
Ainda bem que não sabemos quando vamos morrer porque correríamos o risco de deixar de viver antes de a morte chegar. Se bem que às vezes já fazemos isso, então talvez não faça tanta diferença.
Se os ingênuos são aqueles que acreditam num mundo melhor, num ser humano melhor, sou ingênua sim. E quem dera todos o fossem; seria só unir a essa ingenuidade a atitude e o mundo melhoraria. A tristeza se transformaria em saudade e o sonho em realidade.
Mariana Rosell
domingo, 9 de agosto de 2009
Uma nova chance
Para fazer você feliz
E por isso eu espero
Até fechar a cicatriz
Todo dia eu reitero
O que agora sempre quis
É você quem eu quero
Perdoe o que eu fiz
Peço a você uma nova chance
Espero que possa me ofertar
Aguardo um ou mais relances
Quero de novo você amar
E com muitas nuances
Tentar não mais fazer chorar
Mariana Rosell
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Caos
Quando atravessou a avenida
Triste foi ver sua partida
O caos caiu sobre meus braços
Quando ouvi longe seus passos
Triste foi romper os laços
O caos dorme ao meu lado
Quando relembro o passado
Triste partiu sentindo-se enganado
O caos compõe a minha rotina
Quando cai a chuva fina
Triste é não ter mais ser sua menina
O caos toca em meu rádio
Quando você deixou o estádio
Triste foi ver todo o seu ódio
O caos se integra a meus relatos
Quando revejo os retratos
Triste é assumir os fatos
O caos é o meu consolo
Quando te vejo feito um tolo
Triste é não ter você no meu outono
O caos é minha liberdade
Quando deixa a cidade
Triste é não ter sua amizade
O caos se faz na madrugada
Quando me sinto tão gelada
Triste é dormir abandonada
O caos me causa um torpor
Quando aflora aquela dor
Triste é não ter o seu amor
O caos quase me faz feliz
Quando me sinto por um triz
Triste é não ter o tom matiz
O caos é o meu tormento
Quando relembro o tormento
Triste é não ter nosso rebento
O caos é sempre presente
Quando revejo nossa gente
Triste é manter você na mente
O caos um dia vai embora
Quando, eu não sei a hora
Triste é não ser agora
Mariana Rosell
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Amor de cão
Sem explicação,
Sem exigências
Ou cobranças.
Um amor simples,
Completo
Repleto de carinho
E compreensão.
Um amor natural
No olhar,
No latir,
No pular.
Um amor único,
Ingênuo,
Honesto,
Concreto.
Um amor rotineiro,
Companheiro,
Verdadeiro,
Por inteiro.
Um amor derradeiro,
Sem bens,
Dinheiro
Ou luxo.
Um amor capaz
De sanar,
De apaixonar,
De renovar.
Um amor diário
Que esquenta no frio
E refresca no calor
Com algumas lambidas.
Um amor paciente,
Ímpar,
Consistente
E inteligente.
Um amor sem igual
Do coração.
Eterno
Amor de cão.
Mariana Rosell
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Unidos pela flor
Uma rosa exemplar
Dois ‘cês’ especiais
Fazem meu coração pensar
Unidos pela flor
De esperança ou amor
Vem a rosa
Que brota do chão
Unidos pela flor
Na essência do que nasce
É a rosa, feia flor
Da roseira aprisionada
Unidos pela flor
Vem aquela que
Mesmo sem ser bela
Traz ao lado um amor
Unidos pela flor
Nasce a nossa esperança
Que traz novo esplendor
Nas pétalas desbotadas
Unidos pela flor
Fazem bela a feia flor
Chico e Carlos
Um amor
Mariana Rosell
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Sabedoria
O melhor que ela pode ser
Não viver de lamentos
E de verdade viver
A cada dia renascer
Se renovar ao amanhecer
A sabedoria de cuidar
Para realmente viver
Não apenas existir
Aproveitar cada momento
Como se fosse o ultimo
Que pudesse presenciar
A sabedoria de reconhecer
Em cada ser alguém maior
Capaz de ser e fazer feliz
Sem medo, ir e vir
Partir e voltar
Sem ter medo de sonhar
Mariana Rosell
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Um mundo igual (o outro sentido da ideia)
Em que houvesse igualdade
De vida, de oportunidades
Imaginem um mundo
Em que todas as crianças pudessem
Estudar, brincar e não trabalhar
Imaginem um mundo
Em que todas as pessoas tivessem
Comida, casa e emprego
Imaginem um mundo
Em que todas as pessoas tivessem
O mínimo necessário para viver
Imaginem um mundo
Em que todas as pessoas pudessem
Sustentar-se com condições humanas
Imaginem um mundo
Em que não houvesse posições
Todos somos humanos
Imaginem um mundo
Em que as diversidades
Fossem estímulo para conhecimento
Imaginem um mundo
Em que todas as religiões fossem
Conhecidas ou, pelo menos, respeitadas
(ou no qual elas não houvessem)
Imaginem um mundo
Em que todos tivessem as mesmas condições
Nem uns de mais, nem uns de menos
Imaginem um mundo
Em que o poder ficasse em último plano
Sem guerras, violência ou inveja
Imaginem um mundo
Em que houvesse respeito
É, esse seria um mundo ideal
Mariana Rosell
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Um mundo igual
Em que todos fossem ou altos ou baixos
Não existiria a delicadeza dos baixinhos
Ou a imponência dos altinhos
Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou loiros ou morenos ou ruivos
Não existiria o charme dos morenos
Nem o destaque dos loiros
Nem o encanto dos ruivos
Imaginem um mundo
Em que todos fossem da praia ou do campo
Ninguém ouviria o sonoro farfalhar das árvores
Ou a calmaria das ondas do mar
Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou nervosos ou calmos
Não haveria a tranqüilidade dos calmos
Ou a potência explosiva dos nervosos
Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou tímidos ou atirados
Não haveria a espontaneidade dos atirados
Ou a graça dos tímidos
Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou magros ou gordos
Não existiria a fofura dos gordinhos
Ou a elegância dos magrinhos
Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou artistas ou platéia
Não haveria ninguém para aplaudir os espetáculos
Ou ninguém para ser aplaudido
Imaginem um mundo
Em que todos gostassem ou de prosa ou de poesia
Não existiria a emoção dos poetas
Ou a desenvoltura dos prosadores
Imaginem um mundo
Em que todos fossem ou de sol ou de chuva
Ninguém gostaria do tranqüilizante barulho da chuva
Ou do calor da luz do sol
Imaginem um mundo
Em que todos fossem ditos “ normais ”
Não haveria o prazer do diferente
E que mundo sem graça seria
Imaginem um mundo
Em que não houvesse preconceitos
É, esse seria um mundo ideal
Mariana Rosell
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Soneto da espera
Não tem sereno nem luar
Estou na porta olhando a rua
Esperando você chegar
Que tolice essa paura
Não adianta esperar
Se inicia a amargura
Sei que não vai mais voltar
Mas na porta ainda aguardo
Seu regresso a qualquer hora
Volta logo, vem depressa meu amado
Já li e reli o seu recado
Partiu depressa, sem demora
Abandonou-me desesperado
Mariana Rosell
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Joana foi pra França
Joana foi de pés descalços
Abandonou o seu mulato
E foi pra França passo a passo
Riu, chorou e mentiu
Gemeu mas não morreu
Com sol e calor consolou
E partiu só, cheia de amor
Joana foi sem nem pensar
Não parou pra pestanejar
Joana foi ao som da dança
Joana foi pra França
Não, ela não é francesa
Mas é nesta que se espelha
Quando em lágrimas goteja
Suas dores sobre a mesa
Vai Joana, vai pra França
Vai sonhar feito criança
Vai com a esperança
Vai Joana, vai pra França
E ela então me diz
Que não vai usar o giz
Vai é balançar os quadris
Para viver o sonho em Paris
Joana foi com elegância
Sem medo e sem temor
Deixou de lado seu pavor
Joana foi viver na França
Mariana Rosell
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Lua Cris
É aquela que sumiu
Nas sombras da escuridão
Das noites em fim
Perdeu o brilho
Não tem mais luz
Muitos a assistem
Mesmo quando não seduz
E se reduz
A mais uma sombra
Na escuridão
Das noites sem fim
De negro se veste
A lua cheia cris
Que se fez como treva
E deixou de existir
Apaga a luz
Parece ruir
Inebria a vista
Nas noites sem fim
Vai e vem a luz cris
No céu escuro
Sob os olhos amantes
Das noites sem fim
Mariana Rosell
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Texto escrito durante uma aula de dança contemporânea
Hoje, ontem, amanhã.Sempre, nunca!Forever, never more.Maybe.Paz de novo.Mundo.Mais um pouco de paz.Fim e começo.Meio e pós-meio.Distância x proximidade.Junto, perto mesmo longe.Aqui e lá, lá e aqui.Perto de mim.
Dançando, escrevendo, lendo e falando.Sorrindo, amando, contando e vindo.Na mente e no coração.No céu e no chão.
Amigos, amores, de perto e de longe.De verdade, na ilusão.Para sempre, por um instante, por um tempo ou nunca mais.
Pode ser que sim, pode ser que não.
Que indecisão!Hoje já não sei!
Às vezes é bom, às vezes é ruim.Só sei que é assim.Não sei se é amor, não sei se é ilusão.Talvez seja não, talvez seja sim.Só sei que é assim.
Todos os dias e nunca!
Mariana Rosell
sexta-feira, 19 de junho de 2009
O seu Chico
Com seu canto atrapalhado
E suas palavras amorosas
E seu tom apaixonado
Fez cantar a verde-e-rosa
Fez brotar uma semente
De tanta admiração
No meu filho está presente
Ainda que só no coração
Ainda assim é muito importante
Trovador, político e cronista
Malandro e amante
Em emocionar é especialista
Em me entender
É mais do que capaz
Seja amor pra nunca esquecer
Seja apenas amor fugaz
Seja sempre meu amor
Meu deus musical
Se mantenha trovador
De sorriso angelical
De feição brava imponente
Faz mostrar seu Chico crítico
Faz pensar a minha mente
O seu Chico de político
O seu Chico cronista
Me transformará como puder
Chico é especialista
No meu lado de mulher
No meu lado de mulher
Complicado e muito errante
Canta o seu bem-me-quer
O seu Chico de amante
O seu Chico de malandro
Faz sonhar o meu pensar
Encontro em ti o meu recanto
Para cantar, dançar e amar
Para cantar a esperança
Me cantou desde menina
Me cantou quando criança
Ao cantar a bailarina
Ao cantar o seu malandro
Fez em mim o meu amor
Para sempre Chico eu canto
De você o meu amor
Mariana Rosell
domingo, 14 de junho de 2009
Espero-te no cais
Só isso e nada mais
É o que desejo que saibas
Que ainda te aguardo no cais
Não me importa que partiste
Foste embora sem pensar
No que estavas a deixar
Nas cadeiras, para trás
Basta apenas que retornes
Só isso e nada mais
Saibas que estarei aqui
Aguardando-te no cais
Estou disposta a esquecer
As contendas que tivemos
Não peço nada em excesso
Saibas que no cais ainda te espero
Faço minhas tuas palavras
Sei que nada foi em vão
Nosso amor é com as ondas
Que no mar só vêm e vão
Não importa a tua demora
Para mim não é demais
Sei que não perco as horas
Que te espero aqui no cais
Mariana Rosell
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Há aqueles...
Há aqueles que me fazem uma imensa falta e aqueles que são dispensáveis; aqueles em que penso todo dia e aqueles dos quais mal me lembro.
Há aqueles que não vejo há muito tempo e aqueles que vejo todo dia; aqueles que não querem me encontrar e aqueles que eu não quero ver nunca mais.
Há aqueles que se preocupam comigo e aqueles que sabem que eu existo e mesmo assim são capazes de me fazer bem, alegrar meu dia.
Há aqueles que vejo apenas em fotos e aqueles que estão somente em meu lembrar; aqueles que sinto vontade de abraçar e aqueles a quem quero consolar.
Há aqueles que eu verei em breve e aqueles que eu talvez nunca mais veja; aqueles que ainda vou conhecer pessoalmente e aqueles que cruzam meu caminho todo dia e eu nem mesmo sei o nome.
Há aqueles que admiro; e desses, há os que me conhecem e os que são exemplos inconscientes de mim.
Há aqueles muito especiais; e desses, há os que me confortam com abraços e os que me consolam com palavras.
Há aqueles que amo; e esses, estejam onde estiver, ajam como agir, saibam ou não de mim; serão sempre para sempre!
Mariana Rosell
sábado, 6 de junho de 2009
Ensaio sobre o corpo com a dança II
O movimento do meu corpo transpõe o que sinto, incorpora o meu eu e constrói a minha dança, que, coreografada ou de improviso, me inspira a cada dia.
Cada passo, cada movimento, cada gesto simples...Tudo me faz notar meu corpo e com ele aprendo a observar todos os meus detalhes...Cada traço peculiar e único, cada traço só meu, cada traço exclusivo e desacompanhado, cada traço que faz do meu corpo especial.
Especial então, é minha dança...O movimento que só eu sei fazer, do meu jeito ninguém consegue repetir...O corpo é só meu, o movimento é só meu, a dança é só minha!
Mariana Rosell
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Chega
De dizer pra tudo não
De se perder na multidão
De enganar o cidadão
De condenar o pagão
De humilhar o chorão
De burlar o ganha-pão
De promover a enganação
De induzir a escuridão
De pré-julgar o seu irmão
De ajudar na ilusão
De confabular com o ladrão
De se fazer de amigão
De procurar a perfeição
De só usar a negação
De provocar a discussão
De abandonar o outro pelo chão
De caçoar do esquisitão
De negar a miscigenação
De boicotar a solução
De idolatrar o bonitão
De só brincar no São João
De controlar o coração
E de viver a vida em vão
Chega!
Mariana Rosell
sábado, 25 de abril de 2009
Pingo
Pingo de ar
Pingo de dó
Pingo de mar
Pinga no céu
Pinga no mar
Pinga no véu
Pinga no lar
Pingo de amor
Pingo de não
Pingo de dor
Pinga no chão
Pingo amarelo
Pingo azul
Pinga no norte
Pinga no sul
Pinga o pingo
Pingo pinga
Chora o choro
Choro chora
Seca o pingo
Pingo seca
Sorri o sorriso
Sorriso de amor
Mariana Rosell
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Ensaio sobre o corpo com a dança I
Mariana Rosell
terça-feira, 21 de abril de 2009
Ouvi uma margarida falar
Mas podem falar sim
Basta olhar, imaginar
Ou apenas ouvir
Mas um dia desses
Sei lá
Ouvi alguém sussurrar
O que, não sei muito bem
Só sei que eu ouvi
Chamou de ‘meu bem’
E eu até sorri
Você pode não acreditar
Mas eu tenho certeza
Eu estava lá
Ouvi uma margarida falar
Pode ter certeza
E até confirmar
Quando eu estava lá
Ouvi uma margarida falar
Ouvi uma margarida falar
A ouvi cantar
A ouvi sussurrar
A ouvi chorar
Mas a vi sorrir
Mariana Rosell
sábado, 11 de abril de 2009
Luís
Deixa todas a seus pés
Não sei dizer se é bonito
Mas tem algo que encanta
Não sei se é a boca
Nem se são os olhos
Se é a fala inteligente
Ou a timidez de inocente
No fundo dos olhos
Está a delicadeza
E em tudo que ele faz
Está sua beleza
Das mulheres é o sonho
E dos homens, pesadelo
Quando ele passa
Não se nora mais ninguém
Vem de chapéu
E violão na mão
A atenção é toda sua
E começa a canção
Então ele canta
Conquista e encanta
Vai embora, mas fica
Nos sonhos das moças
Mariana Rosell
domingo, 22 de março de 2009
O menino do pão
Mãe era Alice e Lúcio, irmão
Seu pai não queria não
Mas ainda assim nasceu João
Desde criança era chorão
E gostava pouco de não
Logo que ganhou o chão
Fez do pão seu ganha-pão
Era assim que vivia João
E quando Elisa balançou seu coração
Versos começou a fazer João
Todos escritos em papel de pão
Elisa e João
Namoravam no casarão
Mas o pai dela gostava não
João era só o menino do pão
É, João entregava pão
Antes do sol por seu clarão
Ele já batia no portão
Pra deixar nas casas o pão
Para Elisa não era bom
Vê se pode a menina viver num barracão
Era assim que pensava alemão
Pai de Pedro, que de Elisa era irmão
Elisa ligou não
E casou-se com João
Ele sonhava em ser escrivão
Mas continuava a entregar pão
E por mais que tentasse João
Não gostava dele o tal alemão
Elisa ligava não
E enfeitava o barracão
Um dia conseguiu João
O emprego de escrivão
Mas mesmo assim pro alemão
João era só o menino do pão
Mariana Rosell
sexta-feira, 13 de março de 2009
Diálogo sobre um tal de sgundo sol
Esse tal de segundo sol já chegou?Ele já alinhou aquela coisa, como é que se chama mesmo, acho que é órbita...É, é isso mesmo!Já alinhou a tal da órbita dos planetas?O sol era a moça?Ah ta!Acho que to começando a entender... Por isso a moça morreu, para alinhar os planetas.Foi isso, seu Zé?
Mas não derrubou o cometa, só assombrou toda a gente porque ela foi feito cometa, rápida e rasteira.
O senhor comprou aquela nova casa com trilha, conversão e aquelas coisas lá?Já instalou o telefone?Parece que ele vai tocar mesmo viu, ouvi dizer por aí que tem alguém querendo ligar pro senhor.
É verdade que o senhor viu dois sóis?Eu acho que vi.Tinha um no céu e um no palco.Era a moça que tava lá, cantando eu acho, ou tava tocando, as duas coisas ou encantando?
Sabe seu Zé, eu acho que já vou embora, esse negócio é muito complicado.A única coisa que entendi com certeza, é que não tem explicação.
Mariana Rosell
domingo, 8 de março de 2009
Moldura
Ferro que solda
E assim se forma
A tua forma
Moldura da alma
Moldura na palma
Moldura na alma
Moldura que acalma
Moldura de dor
Moldura de amor
Some a dor
Fica o amor
Moldura de prata
Moldura de bronze
Moldura de graça
Emoldura de longe
Moldura no teto
Moldura na mão
Emoldura de perto
Emoldura o coração
Mariana Rosell
sexta-feira, 6 de março de 2009
Na multidão se perde o ser. Num mundo em que ter é mais importante do que ser, busca-se sempre aquilo que, no fim, não vale nada.
Lucro, dinheiro, o carro da moda, a casa maior, a roupa mais bonita... Tudo isso pra quê?Por quê?Se isso te trouxer felicidade, ela é momentânea, e se sua satisfação pessoa vier com isso, você é vazio e pobre!
De espírito, de amigos, de vida, de você mesmo. Pobre porque toda riqueza passará e você não tem nada do que fica. Não deu valor ao que vale.
Quanto mais o tempo passa, mais os valores se perdem. Cadê o respeito (o primeiro dos valores)?Provavelmente está perdido na multidão que vai, vem, volta, vira, revira e não para pra pensar.
É tanto corre-corre que as palavras estão correndo da mente e do papel... Correram, saíram, fugiram, sumiram!
Mariana Rosell
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Tempestade
É, porque, hoje consigo ver que a pessoa certa veio na hora errada. Uma pena a vida ser assim. Por que não é simples: encontramos logo de primeira, aquele para o qual diremos todas nossas aflições e confissões?A matemática da vida não é assim... Desencontros, despedidas, desvios são comuns... Só espero que um dia a tempestade passe, não importa como for.
Eu sei que agora é preciso enfrentá-la e, talvez, eu mereça passar por isso, porque, ainda que sem intenção, eu fiz sofrer. É isso que me mata!Era tudo que eu não queria. Não entendo mesmo porque tem que ser assim... É triste imaginar o que poderia ter sido, ou não!Não quero mais pensar, vou tentar levar minha vida e eu sei que vou conseguir.
Preciso esquecer os olhares tortos que levei, da dor que causei e da tristeza que passei. Eu vou conseguir!Focar num futuro de História e deixar que o responsável por toda a vida se encarregue de proporcionar o melhor para nós!Você é especial e para sempre será e quero que seja feliz seja como e com quem for.Eu sei que estaremos bem, juntos ou não; ou melhor, com certeza juntos, seja como for!
Mariana Rosell
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Majestosa verde e rosa
Majestosa
Nossa querida
Verde e rosa
Na passarela
Ela desfila
A cor do som
A luz da vida
O samba
No pé da mulata
Vem todo vestido
De prata
Reluz por toda
Sapucaí
A baiana
A passista
E a mirim
Vai impecável
Até o fim
E faz tremer
A arquibancada
Com sua alegre
Entoada
Vai mais uma vez
Minha Mangueira
Ensina o carnaval
Estação Primeira
Mariana Rosell
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
O carnaval de Aline
Aline não para de ensaiar, não viaja, mas canta e dança e se anima. Para ela, fevereiro é o melhor dos meses, a melhor festa. Tem muita graça o carnaval. A festa mais brasileira de todas, para Aline é comemoração.
Todas as cores da época se unem em duas cores sob a vista de Aline: verde e rosa. É verde e rosa para todo lado no mês de fevereiro. A alegria vira êxtase; a festa, carnaval; o riso, estampa facial; iniciou-se o carnaval.
Mais um se foi. Mas ainda há tempo para Aline sambar. O repique ainda toca e o corre-corre cede por um instante. Mais um carnaval que se encerra, mais um desfile terminado, mais uma Sapucaí se completou. Anda há tempo para sambar, festejar, carnavalizar. Aline tem que sambar.
A saber: Aline é passista da Estação Primeira.
Mariana Rosell
domingo, 22 de fevereiro de 2009
O carnaval de Renato
Renato não para de trabalhar, não viaja, não canta, não dança, não se anima. Para ele, fevereiro não tem graça, não tem festa. Não tem graça o carnaval. A festa mais brasileira de todas, para Renato não é festa.
Todas as cores da época se unem em uma só cor sob a vista de Renato: o vermelho. É vermelho para todo lado no mês de fevereiro. A alegria vira desespero; a festa, funeral; o riso vira choro; acabou-se o carnaval.
Mais um se foi. Mas já não há tempo para Renato chorar. A sirene tocou de novo e o corre-corre tem que recomeçar. Mais alguém que precisa de ajuda, mais alguém para salvar, mais alguém que pode morrer. Também não há tempo para raciocinar ou hesitar. Renato deve tentar salvar.
A saber: Renato trabalha no resgate do hospital.
Mariana Rosell
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Nina bailarina
Uma bailarina
É tão pequenina
Quer ser dançarina
E pula e dança
E gira a criança
É nossa menina
Doce bailarina
Ela faz pirueta
Salta lá no céu
E toda a letra
Ta lá no papel
De noite termina
Sua fantasia
Põe a sapatilha
E dança a menina
A Nina no palco
Cheirando a talco
Levita no alto
Deita no tablado
A luz se apaga
A dança termina
A turma afaga
A pequena Nina
Mariana Rosell
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Venha cá, meu bem
Vamos esquecer o que passou
Deixar de lado toda a dor
E viver um grande amor
Venha cá, meu bem
Que eu preciso de você
Venha a noite aquecer
Para que eu possa adormecer
Venha cá, meu bem
Pra desfazer aquele nó
Pra não deixar que vire pó
Que eu não posso viver só
Venha cá, meu bem
Venha me guiar na escuridão
Venha me dar a sua mão
E tornar o mundo são
Venha cá, meu bem
Fazer de mim a sua musa
Venha tirar a minha blusa
E deixar que eu seduza
Venha cá, meu bem
O nosso tempo é agora
Veja se não perde a hora
Venha logo, sem demora
Mariana Rosell
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Foi o que Carlos disse
A rosa nasceu
Venceu a rigidez
Trouxe a esperança
O menino era gauche
Anarquista no colégio
Poeta até o fim
Todo o sentimento do mundo
Coube dentro d’um só ser
O menino de Itabira
A aurora se formou
Com o sangue e o leite
Daquele homem que morreu
No meio do caminho tinha
Uma pedra que estava sempre
No meio do caminho
O mundo era vasto
Assim como o coração
Do poeta que chamaria Raimundo
O tempo era partido
E os homens também
Não se tinha ninguém
Carlos disse em códigos
Para muros surdos
Que havia cifras nas palavras
O inseto que cavou
Formou a orquídea sem saída
Foi o que Carlos disse
Não faças poema com o corpo
E agora José?
Foi o que Carlos disse
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Rita Joana Helena
Batuca na lata
De blusa regata
E jóia de prata
Rita faceira
Subiu na mangueira
Usou batedeira
Pra dar de boleira
Rita bonita
As noites agita
O povo que grita
Cantando pra Rita
Rita Joana
As ancas balança
E desde criança
E canta e dança
Rita morena
De face serena
Também é Helena
Carioca da gema
Rita é Rita
Rita é Joana
Rita é Helena
E Rita é Rita
Mariana Rosell
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
A flor do oriente
Ainda não sei como dizer
Não to conseguindo escrever
Mesmo assim vou insistir
Em falar sobre a Nancy
A flor do Oriente
Que faz belo o Ocidente
Menina bela e encantadora
Menina meiga e delicada
Talvez seja uma princesa
Talvez seja uma fada
A flor do Oriente
Que encanta toda a gente
Talvez seja uma princesa
Tão bonita e faceira
Traz a cultura japonesa
E funde com a brasileira
A flor do Oriente
Que faz belo o Ocidente
Uma amiga importante
Uma amiga especial
Pôs estrelas na minha estante
E nem era no Natal
A flor do Oriente
Para sempre em minha mente
Eu já sei como dizer
Eu já consegui escrever
E continuo a insistir
Que especial é a Nancy
A flor do Oriente
Minha amiga para sempre
Mariana Rosell
- Parabéns Japa -
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Agonia de um vestibulando
Agonia é a única palavra capaz de definir o turbilhão de sentimentos que agora se exprime dentro de mim.Escrever é a única solução, que parece pífia já que as palavras se embaralham e confundem minha mão.
Por que será que tudo se intensifica agora?Por que será que essa tal agonia insiste em me torturar?Será que eu mereço isso?Será que preciso mesmo disso?
Bom, a verdade é que daqui a umas dezesseis horas essa agonia vai acabar e dará lugar a uma dor imensa ou a uma alegria substancial.
Mariana Rosell
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
O céu mudou de cor
É bom saber
Que em você eu posso confiar
Só espero te reencontrar
E ver o sol nascer
Como naquele dia
Em que o céu mudou de cor
Quero estar de novo com você
Nem que seja só pra te olhar
E ter certeza
De que você está bem
Que o tempo não te machucou
E se machucou, soube te curar
Eu não estava lá
Seguimos estradas distintas
Mas sempre que olho o céu
Seu rosto está presente
Pra sempre em meu olhar
E minha mente
Quando ouço aquela canção
Relembro aquela situação
Foi tão bom
Vimos o céu mudar de cor
Sim, vimos o céu
E ele mudou de cor
Mariana Rosell
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
De quem é o controle?
Uma criança do século XXI dificilmente brinca na rua com peões, bolinhas de gude e as tradicionais bonecas de pano. A vida saudável ficou para trás.A moda é passar horas sentado diante de um computador caçando extra-terrestres, matando os inimigos e vivendo uma vida que não é sua..A maldição dos jogos virtuais, que parecem penetrar na mente, principalmente dos jovens, alienando as pessoas.
E o que parece bom, mostra a cada dia o seu lado negativo.As facilidades propostas pelo uso da internet deixaram a vida mais corrida do que já era, tornando a economia de tempo uma necessidade e não mais uma opção.Não PE mais necessário ir ao banco para pagar uma conta, ir ao mercado ou loja para obter um produto.Tudo isso pode ser feito pela internet.Essa praticidade é perigosa.Onde fica a convivência?E a ida ao shopping com os filhos para comprar o presente?Isso está se tornando raridade.
A parte todo o risco de ser vítima de um crime por conta de informações fornecidas na internet, é necessário que se dedique mais atenção à vida, à família, às pessoas, deixando as máquinas em segundo plano, pois elas foram feitas para serem controladas por nós e não para nos controlar.
Mariana Rosell
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Sei que amo você
Quando ele dá certo
Mas o nosso rende páginas e páginas
Será que está correto?
Certo ou errado, não importa
O que realmente tem valor
É o quanto nos importamos um com o outro
Isso sim é aquilo chamado amor
Não sei como explicar
Não sei o que dizer
Só posso afirmar que
Sinto algo por você
No amor não importa o tempo
Nem o rumo do vento
Num forte relacionamento
Só existe o momento
Minha mão na sua
Meu olhar no seu
Nada muda, mas assim
Parece que o resto morreu
Não sei como explicar
Não sei o que dizer
Só posso afirmar que
Sei que amo você
Mariana Rosell
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Arte
A mais bela forma de expressão
Quando toca o coração
Atingiu a perfeição
Arte
Nos palcos ela pode tocar
Dançar, cantar ou interpretar
O importante é emocionar
Arte
Nas telas
Precisamos muito dela
Para torná-las mais belas
Arte
Dispensa comentários
Desde o tempo dos templários
E também dos missionários
Arte
Vai levando um estandarte
O artista que agora parte
Para fazer de novo arte
Mariana Rosell
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Esperança de resina
A alegria ter fim
O sorriso acabar
E o choro chegar
Como pode ser assim
Mesmo que o mundo
Se parta e refaça
A esperança da menina
Tão bela, de resina
Mesmo assim
Não ouviria o sim
Da infelicidade em mim
Que não hesita em ficar
E não vai jamais
A fuga da beleza
Daquela princesa
Deixa a tristeza
Sobre a mesa
Levando consigo
O que tinha comigo
O sorriso antigo
Que fugiu contigo
Como o mundo pode ser assim
Se a alegria tiver fim
E o sorriso acabar
Quando o choro chegar
Não será mais assim
Da forma que o mundo sumir
E assim diluir
O que há de existir
E assim há de surgir
O início do fim
Do começo do sim
A alegria
Que espera
Da esfera
Terminar com
A espera de
Um grande amor
Meu amor...
Mariana Rosell
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Elis fez o que quis
Para Elis Regina
Elis veio
Cantou, gritou
Chorou, emocionou
Amou
Elis amou
Sua música
Sua vida
Sua família
Elis cantou
Chorando atrás da porta
Animando num arrastão
Emocionando com fascinação
Elis gritou
Cantando as marias
Esperançando com um bêbado
E uma pequena equilibrista
Elis encantou
Com uma mensagem
Aos nossos filhos
E uma modinha ajeitada
Elis emocionou
Com um sabiá numa palmeira
Uma casa no campo
Ou na Cantareira
Elis sorriu
Fez da vida uma piada
E se tornou
A pequena apimentada
Elis andarilhou
Fez a vida em romaria
Banhou-se nas águas de março
E deu alô ao marciano
Elis fez isso
Ou aquilo
E como nossos pais
Falou aos nossos filhos
Elis cantou
Numa canção da América
Não só as marias
Mas também as madalenas
Elis, então, de repente
Cansou de tudo
Vestiu sua velha roupa colorida
Pegou um trem azul e partiu
Mariana Rosell - 27 anos sem ELIS
domingo, 18 de janeiro de 2009
Ilhabela
Por Caraguatatuba viajei
Saí de Ubatuba
Fugindo da chuva
Pego a balsa
Vejo o barco à vela
Cruzo o mar
Destino:Ilhabela
Ilhabela
Bela ilha
Sobre o mar
A navegar
O sol a brilhar
E o mar a refletir
O seu lindo raiar
O sol encontrei
Ao meu destino chegar
Já viajei, já passei
Com o sol a raiar
Mariana Rosell
sábado, 17 de janeiro de 2009
Mariana Rosell
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
ATADO NO CORAÇÃO
Uma etapa concluída
Uma etapa de alegria
Uma etapa sorridente
Uma etapa bem vivida
Por mais que ela acabe
Na memória irá ficar
O sorriso de alegria
E o choro de emoção
Sempre o fruto da amizade
Dentro do meu coração
Uma turma especial
Que partiu, mas ficou
Que sorriu e chorou
Que fugiu e voltou
Mas jamais distanciou
A distância não desata
O laço da amizade
A sincera não retrata
O que é virtude contrária
Burla os defeitos
Pra seguir em companhia
Do que um dia foi unido
Pelo sol da alegria
O tempo não é suficiente
Pra acabar com o que é forte
E reside dento da gente
O tempo não basta
Para terminar com nosso amor
O tempo não consegue
Arranhar o que vingou
Ao som do mar
Ao toque da leve brisa
Ao doce odor da flor
Se fortalece o nosso amor
Amigo irmão
Mora no coração
Por um laço
Atado
Pelos braços
Abraçado
Pelo olhar notado
E pelo coração
Muito amado
Você...
Amigo irmão
Mora no coração
E vive na memória
Presa lá no coração
Subsistirá nossa história
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
LUA LUZ
Uma luz a me guiar
Argêntea e cintilante
Faz da noite clara e sã
Não é sol nem florescente
É a luz da branca lua
Faz do mar gentil espelho
Que ilumina toda a gente
Na vitrine ela reflete
O clarão de puro ser
O reflexo da avenida
Vai-e-vem que se repete
Não se vê o horizonte
Que a lua não reveste
Vem pra dentro como peste
E faz-se ver o lindo monte
Ao amanhecer ela se foi
Fez-se sol em seu lugar
O que era prata fez-se ouro
Ela retornará logo depois
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
AO MESTRE, COM AMOR
E por isso sou suspeita ao falar
De uma pessoa que é capaz
De me fazer sonhar
Com suas belas canções que a minha alma [encanta
Quando olho pro teu rosto
E você sorri e canta
Hey babe, Dessa vez, No Recreio e Relicário
Cegos do Castelo, ECT e A Fila
Resposta, Por onde andei, Mantra e Me Diga
Como posso não me apaixonar por All Star?
Marvin cresci ouvindo
Sempre cantando e sorrindo
O Segundo Sol balança meu coração
E me causa muita emoção
A Letra A, a letra perfeita
Do seu lado maravilhosamente feita
Marvin me retorna à infância
Quase que dezoito provoca dança
Hey babe, Dessa vez, No Recreio e Relicário
Cegos do Castelo, ECT e A Fila
Resposta, Por onde andei, Mantra e Me Diga
Como posso não me apaixonar por All Star?
E tudo mais, Luz dos olhos, Púrpura e Tão diferente
Fazem sorrir minha mente
Por tocar minh’alma tão profundamente
Hey babe, Dessa vez, No Recreio e Relicário
Cegos do Castelo, ECT e A Fila
Resposta, Por onde andei, Mantra e Me Diga
Como posso não me apaixonar por All Star?
E por isso tenho orgulho
De dizer a vocês
Que tenho amor profundo
Pelo querido Mestre Nando Reis
sábado, 10 de janeiro de 2009
Vestido
Ou de curta saia
Vestido no tom
Areia de praia
Vestido rasgado
Ou feito à baia
Vestido guardado
Sob o sol de praia
Vestido de amor
Coberto de dor
Vestido comprido
Claramente ferido
Vestido completo
De amor repleto
Vestido presente
Na alma e na mente
Vestido, solidão
Perdido no chão
Vestido, perdão
Amor no coração
Mariana Rosell